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Grupo planejava sequestrar autoridades
do enviado especial
A polícia de Goiás descobriu
que os líderes dos rebelados na
Casa de Prisão Provisória haviam
programado três planos de fuga.
O mais audacioso deles arquitetava o sequestro de alguma autoridade ou de familiares de integrantes do Ministério Público e dos
Poderes Judiciário e Executivo,
além dos diretores da CPP.
Foi interceptada, segundo a Folha apurou, uma carta do líder
dos rebelados, Osmar Martins,
35, a um comparsa em Minas Gerais, com planos para a fuga. A
polícia não revela o nome nem
como foi obtida a carta.
Martins -preso após liderar os
sequestradores do cantor Wellington de Camargo, irmão da
dupla sertaneja Zezé de Camargo
e Luciano-, queria usar o sequestro como "moeda de troca".
O principal alvo seria o filho do
juiz Fábio Campos Faria, da 9ª
Vara Criminal de Goiás, responsável pelo julgamento da maioria
dos sequestradores de Wellington
de Camargo. O juiz não quis comentar o caso ontem.
Os líderes da rebelião querem
fugir antes de a condenação pelo
sequestro ser definida pelo juiz, o
que, segundo a reportagem apurou, deve ocorrer até o início da
próxima semana.
As vítimas em potencial foram
orientadas a mudar a rotina diária
e a andar com seguranças.
Os outros dois planos do grupo,
segundo a carta de Martins: 1)
uma fuga pelo portão principal ou
pulando as cercas, que foi tentada
no dia 14 de outubro e na segunda-feira; 2) um resgate aéreo por
helicóptero no pátio interno da
unidade 3, onde os líderes da rebelião estão detidos.
Armas e munição
A atual rebelião começou depois que Martins conseguiu fazer
com que três armas entrassem na
CPP. A polícia prendeu dois vigilantes penitenciários que confessaram ter burlado a segurança e
entraram com as armas.
Arnaldo Rodrigues da Silva
-que trabalhava na CPP havia
dois anos, sem mancha na ficha- ganhou R$ 2.000 para entregar dois revólveres 38 e duas
caixas de munição. Fabiano Cândido Barbosa recebeu mais R$
3.000 por uma pistola 380. O salário mensal deles é de R$ 360.
Os sequestradores queriam fugir antes de o juiz pronunciar a
sentença, porque esse fato faz
com que eles sejam transferidos
para o Cepaigo, presídio de segurança máxima ao lado da CPP, de
onde a fuga será mais difícil.
Segundo a Folha apurou, o juiz
Fábio Faria recebeu ontem a alegação final da defesa dos sequestradores, o que só agora o habilita
a proferir a sentença do sequestro. A defesa dos sequestradores
usou todos os prazos legais possíveis para protelar o julgamento
nos últimos sete meses.
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