São Paulo, Quinta-feira, 04 de Novembro de 1999
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VIOLÊNCIA

Atirador, sexto-anista de medicina, não disse à polícia os motivos do crime; ele disparou entre 60 e 80 tiros

Estudante metralha platéia de cinema no MorumbiShopping, mata 1 e fere 4


da Reportagem Local

O estudante do sexto ano de medicina Mateus da Costa Meira, 25, metralhou ontem a plateia que assistia ao "Clube da Luta" no MorumbiShopping. Uma menina morreu e pelos menos quatro outras pessoas ficaram feridas.
Meira usava uma submetralhadora 9 milímetros e disparou entre 60 e 80 tiros durante a sessão das 21h15, na sala cinco do shopping.
Ele foi dominado pelos seguranças do shopping e levado ao 96º Distrito Policial, onde estava sendo interrogado na madrugada de hoje.
O atirador confessou o crime, mas não revelou os motivos.
Segundo Maria José Arrojo, assessora de imprensa do shopping, ele estava na sala 5 e no meio da sessão levantou e começou a atirar.
Seguranças do shopping, que não estavam armados, detiveram o atirador que se entregou espontaneamente. Segundo espectadores a sala não acendeu a luz e muitos não perceberam que era um tiroteio porque o filme é movimentado. A primeira vítima fatal confirmada foi Fabiana Lobão Freitas, 18, que foi levada para o hospital Santo Amaro.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, e o delegado-geral da polícia, Marco Antônio Desgualdo, estiveram de madrugada na delegacia.
O "Clube da Luta" narra a história de um empregado de uma seguradora que, por não conseguir dormir, começa a frequentar grupos de ajuda a doentes terminais, como portadores de câncer e do HIV. Ao voltar de uma viagem, descobre que sua casa explodiu. Busca a ajuda de um estranho que conheceu no avião e acaba indo morar com ele.
Esses dois personagens acabam fundando o Clube da Luta do título do filme, espécie de sociedade secreta que se reúne no porão de um bar para promover sangrentas lutas no estilo vale tudo. Com o tempo, além das brigas, o grupo começa a realizar pequenas ações terroristas, como dar purgante para pombas de rua e ativar os alarmes de carros, batendo com tacos de baseball na lataria dos mesmos.
As atividades terroristas aumentam e descambam na formação do grupo Caos, que explode monumentos e planeja a destruição da sociedade capitalista. No filme, o último ato do Caos é destruir a sede das principais operadoras de cartões de crédito do país, dinamitando seus edifícios.



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