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DENGUE
Mesmo com aumento de casos de 2.226% em quase dois anos, prefeitura da cidade recebe recursos inferiores aos de 1998
Campinas tem verba congelada desde 2000
MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
Mesmo registrando aumento de
2.226% no número de casos de
dengue de 2000 a outubro de
2002, Campinas teve, nesse período, verbas do Ministério da Saúde
congeladas em R$ 2 milhões. A cidade passou neste ano pela mais
grave epidemia da história, com
1.419 casos confirmados, contra
61 em 2000.
Os recursos atuais ainda são inferiores aos destinados em 1998.
Na ocasião, Campinas chegou a
receber R$ 2,8 milhões só para o
combate à dengue. Agora, o dinheiro (R$ 2 milhões) deve ser
aplicado também na prevenção
de outras endemias, como Aids.
O atual valor passou a vigorar
depois da portaria 1.399/1999, que
unificou as verbas para os programas de combate a endemias.
A diferença nos valores obtidos
há cinco anos e o atual, de acordo
com o secretário de Saúde, Gastão
Wagner de Souza Campos, está
afetando o programa de prevenção da dengue e retirando verbas
de outras áreas da saúde.
"Sem o aumento do repasse, a
cidade acaba arcando com despesas que afetam outras ações do
sistema. Mesmo com esse investimento municipal, as verbas não
são suficientes", afirmou ele.
No ano passado, de acordo com
Gastão Campos, a cidade gastou
R$ 800 mil de seu orçamento no
combate à doença.
O assessor de descentralização e
controle de endemias da Funasa
(Fundação Nacional de Saúde),
Fabiano Pimenta, disse que, se a
administração municipal não
consegue combater a doença com
o que tem, deve pleitear mais verbas no conselho formado pelo Estado, União e municípios que
controla o orçamento.
Campinas chegou a requisitar
mais recursos, mas as verbas acabaram sendo destinadas aos municípios da Baixada Santista, que
receberam R$ 400 mil.
Neste ano, enquanto a DIR 12
(Diretório Regional de Saúde),
responsável pela região de Campinas, registrou 15.707 notificações e 1.736 casos confirmados, a
DIR 19, que engloba Santos, teve
33.425 notificações e 27.603 confirmações da doença.
Para Renata Caporalli Mayo, diretora da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) em
Campinas, órgão responsável pela fiscalização dos recursos, a cidade tem menos verba do que seria necessário.
Dos 1.419 casos de dengue registrados em Campinas até outubro,
nove estão sob suspeita de serem
do tipo hemorrágica. Um caso de
morte ainda está sendo investigado. A apuração ainda não tem
prazo para terminar, já que ainda
paira a dúvida de que a mulher tenha morrido de febre maculosa.
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