São Paulo, segunda-feira, 04 de novembro de 2002

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DENGUE

Mesmo com aumento de casos de 2.226% em quase dois anos, prefeitura da cidade recebe recursos inferiores aos de 1998

Campinas tem verba congelada desde 2000

MÁRIO TONOCCHI
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Mesmo registrando aumento de 2.226% no número de casos de dengue de 2000 a outubro de 2002, Campinas teve, nesse período, verbas do Ministério da Saúde congeladas em R$ 2 milhões. A cidade passou neste ano pela mais grave epidemia da história, com 1.419 casos confirmados, contra 61 em 2000.
Os recursos atuais ainda são inferiores aos destinados em 1998. Na ocasião, Campinas chegou a receber R$ 2,8 milhões só para o combate à dengue. Agora, o dinheiro (R$ 2 milhões) deve ser aplicado também na prevenção de outras endemias, como Aids.
O atual valor passou a vigorar depois da portaria 1.399/1999, que unificou as verbas para os programas de combate a endemias.
A diferença nos valores obtidos há cinco anos e o atual, de acordo com o secretário de Saúde, Gastão Wagner de Souza Campos, está afetando o programa de prevenção da dengue e retirando verbas de outras áreas da saúde.
"Sem o aumento do repasse, a cidade acaba arcando com despesas que afetam outras ações do sistema. Mesmo com esse investimento municipal, as verbas não são suficientes", afirmou ele.
No ano passado, de acordo com Gastão Campos, a cidade gastou R$ 800 mil de seu orçamento no combate à doença.
O assessor de descentralização e controle de endemias da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), Fabiano Pimenta, disse que, se a administração municipal não consegue combater a doença com o que tem, deve pleitear mais verbas no conselho formado pelo Estado, União e municípios que controla o orçamento.
Campinas chegou a requisitar mais recursos, mas as verbas acabaram sendo destinadas aos municípios da Baixada Santista, que receberam R$ 400 mil.
Neste ano, enquanto a DIR 12 (Diretório Regional de Saúde), responsável pela região de Campinas, registrou 15.707 notificações e 1.736 casos confirmados, a DIR 19, que engloba Santos, teve 33.425 notificações e 27.603 confirmações da doença.
Para Renata Caporalli Mayo, diretora da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) em Campinas, órgão responsável pela fiscalização dos recursos, a cidade tem menos verba do que seria necessário.
Dos 1.419 casos de dengue registrados em Campinas até outubro, nove estão sob suspeita de serem do tipo hemorrágica. Um caso de morte ainda está sendo investigado. A apuração ainda não tem prazo para terminar, já que ainda paira a dúvida de que a mulher tenha morrido de febre maculosa.


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