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Para ministério, dados estão inflados
DA AGÊNCIA FOLHA
O coordenador-geral de
Inspeção Federal do Dipoa
(Departamento de Inspeção
de Produtos de Origem
Animal), do Ministério
da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Marcius Ribeiro de Freitas, afirmou que
os números da Leite Brasil
(Associação Brasileira dos
Produtores de Leite) estão
inflados.
"Não tenho nenhum dado
oficial, mas, pela minha experiência, acho que não passa de 10% [o percentual do
leite produzido no mercado
paralelo e que não é nem fiscalizado nem tributado]",
disse Freitas, discordando da
estimativa de 30% da entidade que reúne produtores de
leite no país.
Ainda assim, de acordo
com ele, "falta uma atenção
maior" à produção informal
de leite no Brasil por parte
dos órgãos responsáveis pela
fiscalização.
Endereços
Freitas afirmou que uma
das maiores dificuldades para inspecionar esses pequenos estabelecimentos é a alta
rotatividade de endereços de
seus donos e o fato de ser
uma produção familiar e tradicional.
"Ainda existe aquela cultura que diz que o que é natural
é melhor, que o que vem da
fazenda é melhor. É muito
difícil mudar isso", disse.
"E o escândalo em Minas
Gerais [resultado da Operação Ouro Branco, ação da Polícia Federal que ocorreu no
último dia 22 de outubro e
que interditou duas cooperativas de Leite, uma em Uberaba e outra em Passos] reforçou essa sensação de que o que é industrializado é
pior", afirmou Freitas.
Para o coordenador-geral
do Dipoa, apesar de ser "uma
situação complexa", uma das
possíveis soluções é a união
dos fiscais municipais, estaduais e federais com os da
Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) para
"atacar o problema".
"Há a necessidade de um
esforço conjunto para criar
uma união formal dos órgãos
[de fiscalização do produto] e
assim tentar diminuir o problema", afirmou.
Freitas aponta também a
grande extensão territorial
do Brasil como outro fator
que dificulta a fiscalização
sobre os produtores que
atuam de maneira informal.
Em nota emitida no último
dia 23 de outubro, sobre a
operação desencadeada pela
Polícia Federal em Minas
Gerais, o Ministério da Agricultura declarava que o modelo de fiscalização do leite
utilizado no Brasil é o mesmo modelo adotado na
maior parte do mundo.
(JCM)
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