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33 idosos substituem os "cara amarradas" para dar informações no Metrô
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto Lindinalva Borges, 58, chegava ontem à estação do metrô Sé, no centro de
São Paulo, atrasada e sem saber como chegar ao médico
na zona sul, Maria das Dores
Oliveira, 64 (mãos na cintura,
óculos grossos e saia até os
pés), estava lá para lhe mostrar o caminho: descer a escada e virar à direita -o contrário do que Lindinalva faria e
pelo que perderia o exame.
"Em casa me sentia sozinha, aqui me sinto útil", diz
das Dores. Após 18 anos desempregada, ontem foi seu
primeiro dia no programa Experiente Cidadão, parceria
entre Metrô e Prefeitura de
São Paulo que dá uma bolsa
de R$ 137,60 -valor que passará para R$ 206,40 em seis
meses-, mais vales e cesta
básica, por quatro horas diárias de trabalho.
As 33 pessoas com mais de
60 anos darão informações
nas estações Tatuapé, Sé,
Santana, Saúde e Ana Rosa.
O público gostou. "Achei a
senhorinha ótima, ela faz
com amor, diferente dos funcionários de cara amarrada",
diz Lindinalva, para quem o
programa supre uma deficiência do metrô. "Falta informação nas estações."
"A demanda no Metrô tem
subido, e há necessidade de
mais atenção no atendimento", diz o gerente de Recursos
Humanos do Metrô, Fábio
Nascimento. Ele afirma que,
dos mais de 200 candidatos,
todos participantes de projetos sociais da prefeitura, o
Metrô escolheu os mais comunicativos.
O sindicato do setor vê o
programa como "uma tentativa de economizar". "Nós
achamos que qualquer trabalhador deve ser concursado e
ganhar o equivalente a um
metroviário", diz o presidente do sindicato dos metroviários, Wagner Gomes.
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