São Paulo, terça-feira, 04 de novembro de 2008

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33 idosos substituem os "cara amarradas" para dar informações no Metrô

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto Lindinalva Borges, 58, chegava ontem à estação do metrô Sé, no centro de São Paulo, atrasada e sem saber como chegar ao médico na zona sul, Maria das Dores Oliveira, 64 (mãos na cintura, óculos grossos e saia até os pés), estava lá para lhe mostrar o caminho: descer a escada e virar à direita -o contrário do que Lindinalva faria e pelo que perderia o exame.
"Em casa me sentia sozinha, aqui me sinto útil", diz das Dores. Após 18 anos desempregada, ontem foi seu primeiro dia no programa Experiente Cidadão, parceria entre Metrô e Prefeitura de São Paulo que dá uma bolsa de R$ 137,60 -valor que passará para R$ 206,40 em seis meses-, mais vales e cesta básica, por quatro horas diárias de trabalho.
As 33 pessoas com mais de 60 anos darão informações nas estações Tatuapé, Sé, Santana, Saúde e Ana Rosa.
O público gostou. "Achei a senhorinha ótima, ela faz com amor, diferente dos funcionários de cara amarrada", diz Lindinalva, para quem o programa supre uma deficiência do metrô. "Falta informação nas estações."
"A demanda no Metrô tem subido, e há necessidade de mais atenção no atendimento", diz o gerente de Recursos Humanos do Metrô, Fábio Nascimento. Ele afirma que, dos mais de 200 candidatos, todos participantes de projetos sociais da prefeitura, o Metrô escolheu os mais comunicativos.
O sindicato do setor vê o programa como "uma tentativa de economizar". "Nós achamos que qualquer trabalhador deve ser concursado e ganhar o equivalente a um metroviário", diz o presidente do sindicato dos metroviários, Wagner Gomes.


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