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Corte no Orçamento vai afetar ritmo de obras, diz relator
Para Milton Leite (DEM), redução de R$ 2,2 bilhões na proposta orçamentária deve afetar corredores de ônibus e asfaltamento
Detalhamento de cortes, segundo relator, deve ser entregue hoje à noite; Kassab não falou publicamente ontem sobre o assunto
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
O relator da proposta orçamentária de São Paulo para o
ano que vem, vereador Milton
Leite (DEM), afirmou ontem
que o corte anunciado de R$ 2,2
bilhões no Orçamento vai atingir o ritmo de obras da prefeitura, como a construção de terminais de ônibus, a canalização de
córregos e o asfaltamento de
ruas. "Vai ser preciso esticar os
cronogramas", disse.
Ele voltou a afirmar que as
promessas de campanha do
prefeito Gilberto Kassab
(DEM) e os programas sociais
não serão atingidos.
Segundo o vereador, que integra a base do governo, o detalhamento dos cortes será entregue na noite de hoje ao Executivo. Depois de um sinal verde da equipe de Kassab, a proposta será submetida à Comissão de Finanças e Orçamento.
A previsão dos vereadores é que
a votação final da peça em plenário, já com as emendas, aconteça no dia 19.
O Orçamento que está na Câmara prevê R$ 29,4 bilhões para 2009. O corte de quase 7,5%,
que deve reduzi-lo para R$ 27,2
bilhões, foi negociado com o
Executivo. Kassab não falou
publicamente ontem sobre o
tema. Anteontem, afirmou que
o importante é que a peça seja
aprovada, independentemente
dos cortes.
O anúncio dos cortes pelo relator foi feito anteontem. A readequação orçamentária é necessária, segundo o relator, por
causa do impacto da crise financeira mundial na economia
brasileira e a conseqüente queda da arrecadação municipal e
dos repasses dos governos federal e estadual.
A falta de definição sobre onde os cortes serão feitos causou
tumulto ontem na Câmara. Pela manhã, em reunião da Comissão de Finanças, vereadores da oposição cobraram explicações de Leite. O governista
foi reticente. Os petistas chegaram a propor a convocação do
secretário do Planejamento,
Manuelito Magalhães, para
prestar esclarecimentos, mas
não conseguiram votos suficientes.
A oposição critica o governo
pelo fato de o Orçamento ter sido discutido em audiências públicas durante todo o mês passado sem que o governo desse
qualquer sinal de que haveria
cortes. O PT acusa Kassab de
ter utilizado a peça como propaganda eleitoral. Os governistas rebatem, dizendo que, de
outubro para cá, a crise mundial se agravou e os cenários para 2009 pioraram.
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