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Bradesco suspende reajuste de convênio após decisão do TJ
Aumento de 8,76% para planos de saúde anteriores a 1999 foi suspenso até que o mérito da questão seja julgado
Decisão beneficia cerca
de 200 mil segurados de planos antigos; valor passou a ser cobrado nos últimos meses pela operadora
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bradesco Saúde suspendeu
a cobrança de um aumento de
8,76% nas mensalidades dos
usuários com planos anteriores
a 1º de janeiro de 1999, seguindo uma decisão do Tribunal de
Justiça do Estado de São Paulo,
que determinou a suspensão na
última terça-feira.
São atingidos pela medida
cerca de 200 mil beneficiários
com planos antigos, anteriores
à lei que regulamentou o setor
de saúde privada.
Em nota e em publicações
nos meios de comunicação, a
empresa informou que não
mais cobraria o valor até "posterior decisão judicial". Isso
porque ainda não foi julgado o
mérito da questão.
A decisão em segunda instância se deu quase um mês depois de a 22ª Vara Cível determinar que o aumento de 8,76%
não poderia ser cobrado e que a
empresa deveria devolver os
valores de quem já cobrou.
À época, a Bradesco Saúde
não cumpriu a determinação e
recorreu, levando o caso à segunda instância.
Na decisão de terça-feira,
contudo, a questão da devolução não foi referendada pelo
desembargador Egidio Giacoia,
que é relator do processo.
Cobrança
O valor passou a ser cobrado
nos últimos meses após a empresa mandar cartas informando seus beneficiários sobre o
aumento. Segundo o Ministério Público de São Paulo, autor
da ação que contestou a cobrança dos 8,76%, o valor refere-se a ao período entre 2004 e
2005, quando a Bradesco Saúde ficou limitada a cobrar o reajuste de 11,75% determinado
pela ANS (Agência Nacional de
Saúde Suplementar).
"Com a cobrança, o Bradesco
descumpria a decisão da Justiça. Quem não pagou não precisa pagar e não será penalizado
por isso. O importante é que ele
[o desembargador] manteve essa determinação", afirma Érica
Philipi, promotora de Justiça
do Consumidor e responsável
pela ação no Ministério Público
de São Paulo.
Para Maíra Feltrin, advogada
do Idec (Instituto de Defesa do
Consumidor), o consumidor
não pode ter o valor imposto
pela empresa de maneira unilateral. "Se tiver pago deve entrar
em contato com a operadora e
pode noticiar o caso, levar ao
conhecimento do Ministério
Público e exigir os seus direitos", afirma a advogada.
Bradesco
A assessoria de imprensa da
Bradesco Saúde informou ontem, por meio de nota, que a
empresa "está dando cumprimento à ordem judicial proferida pelo Tribunal de Justiça de
São Paulo, suspendendo a cobrança do reajuste de 8,76% da
mensalidade do seguro-saúde
dos contratos individuais firmados em São Paulo até 1º de
janeiro de 1999 e não adaptados à lei nº 9.656/98."
Para tanto, de acordo com a
nota, a Bradesco Saúde está encaminhando nova correspondência aos seus segurados e já
publicou comunicado em jornais de grande circulação com
informações sobre a mudança.
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