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Presidente pode ter se excedido
nos cumprimentos
DA REPORTAGEM LOCAL
Alguém que passe 20 minutos por dia acenando e
abraçando pessoas ao longo
de cinco meses terá permanecido 50 horas ou 3.000 minutos com os braços levantados. Jornalistas e assessores estimam que o presidente Lula fez mais que isso,
considerando apenas o período entre agosto e a posse
na quarta-feira.
"Acenar para as pessoas
provavelmente agravou a
síndrome de impacto do
presidente", disse o ortopedista Sergio Checchia, que
vem cuidando das dores nos
ombros de Lula.
No dia da posse, o presidente quase não relaxou os
braços ao longo de quatro
horas. Durante a campanha,
em metade dos dias ele se
apresentava em pelo menos
três comícios e consumia, no
total, mais de uma hora acenando para as pessoas, abraçando e apertando mãos.
"Ele não negava um abraço, um aperto de mão, um
autógrafo", relata Fábio Zanini, repórter da sucursal da
Folha em Brasília e que
acompanhou o presidente
durante toda a campanha.
Um dos gestos adotados
pelo então candidato chegava a preocupar os jornalistas. "De cima dos palanques,
Lula costumava se debruçar
para pegar camisetas, bandeiras e bonés que as pessoas
estendiam para que desse
um autógrafo", diz Zanini.
Gestos de alto risco para a
coluna, para as tendinites e
bursites, especialmente para
quem não pratica atividade
física, como Lula, lembram
os ortopedistas. Apertar as
mãos até que seria um bom
exercício, desde que o autor
conservasse postura adequada, impossível no corpo-a-corpo da campanha.
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