São Paulo, segunda-feira, 05 de janeiro de 2004

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Polícia investiga negociação de oficiais na ação

DO "AGORA"

A Polícia Militar informou ontem que abriu um inquérito para investigar o comportamento de seus homens na negociação com o assaltante Flávio Silva Oliveira, 21, o Tonhão.
"Não considero que a ocorrência foi um fracasso nem que o resultado foi positivo", disse ontem o tenente-coronel Antônio Carlos, comandante interino do policiamento de choque.
"Não dá para considerar positiva uma ocorrência em que tivemos quatro baleados", afirmou o policial. A polícia deve investigar por que o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), especializado em situações que envolvem reféns, não foi chamado. Outro fato a ser apurado é a falta de ambulância no local.
"Eu pretendia tomar pé da situação e, então, chamar o Gate, se houvesse necessidade. Mas não houve tempo hábil", justifica o capitão Marcos César Carnevalle, que chefiou as negociações. "A PM procura preservar a vida, mas nem sempre é possível saber como o ser humano vai reagir. Se ele [o assaltante] tivesse alguma propensão ao diálogo, teríamos resolvido em cinco minutos."
Para o tenente-coronel Antônio Carlos, "[ainda] não é possível saber se houve precipitação [no cerco da PM e na distância mantida dos reféns]". "Não acredito, mas não vou dizer se foi certo ou errado, pois vamos apurar isso em um inquérito policial militar", disse.
Ainda segundo ele, também é difícil dizer após quanto tempo o Gate deve ser chamado, mas o pelotão estava de sobreaviso.
A PM diz que ofereceu ao acusado carros, colete à prova de balas e a possibilidade de trocar um dos reféns por um policial. Nada disso foi aceito, segundo a versão dos PMs.



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