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Pela 5ª vez em um mês, chuva volta a causar estragos em SP
Queda de árvore parou metrô; muro desabou sobre carros na 23 de maio e paulistano enfrentou trânsito mesmo nas férias escolares
Em uma hora choveu na região central cerca de 30% do esperado para todo o mês; túnel da Paulista e a rua 25 de Março alagaram
Almeida Rocha/Folha Imagem
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Carros submersos na rua Frederico Steidel, em Santa Cecília; cidade teve 51 pontos alagados
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
O primeiro dia útil do ano repetiu as cenas de caos do final
do ano velho na cidade de São
Paulo. Muita chuva, ruas alagadas, pessoas ilhadas, metrô e
trens parados e congestionamentos. Em menos de um mês,
essa foi a quinta grande enchente na cidade.
Em uma hora choveu na região central 73 mm, o equivalente a 30,5% do esperado para
janeiro. Nesse período, a chuva
fez 32 pontos de alagamento,
paralisou um dos sentidos da linha 1-azul do metrô, derrubou
um muro sobre carros, fechou
os aeroportos de Congonhas e
Campo de Marte e interrompeu o fornecimento de energia
em parte de quatro bairros.
Por volta das 19h20, havia
105 km de congestionamento
na cidade-12,5% dos 835 km
de vias monitoradas.
Desde dezembro, conforme a
Defesa Civil, foram registradas
cinco mortes e 2.544 pessoas ficaram desalojadas na capital
paulista. Na enchente recente
mais grave, em 8 de dezembro,
seis pessoas morreram na
Grande São Paulo, foram 105
alagamentos, estradas fechadas, e cerca de mil ficaram desabrigados. A situação se agravou por causa da falha em uma
das bombas da Usina Elevatória de Traição, no rio Pinheiros.
A região Sudeste soma 121
mortos causadas pelas chuvas.
No Estado do Rio foram 72, todos na virada do ano. São Paulo
teve 43 mortes. Morreram cinco pessoas em Minas Gerais e
uma no Espírito Santo.
Ocorrências
Até as 19h de ontem, os bombeiros atenderam ao menos nove vítimas. Uma mulher foi
atingida por uma árvore na
ponte da Vila Guilherme (norte). Duas pessoas se afogaram
(uma no rio Tietê e outra no
córrego Pirajussara). Outras,
quatro, segundo a PM, se feriram após a queda de um muro
sobre dois veículos na avenida
23 de maio. Duas ficaram ilhadas em suas casas na Mooca
(leste). Os bombeiros não registraram nenhuma morte em decorrência da chuva, até a conclusão desta edição.
O aeroporto de Congonhas,
onde a velocidade do vento
chegou a 86 km/h, fechou por
40 minutos e o Campo de Marte, por uma hora.
Os maiores danos ocorreram
nos bairros Jabaquara (sul),
Butantã e Pinheiros (oeste), no
centro e na Mooca (zona leste).
Segundo o CGE, nessas regiões
choveu granizo e várias vias ficaram inundadas, como os túneis do Anhangabaú e da avenida Paulista, a rua 25 de Março,
as avenidas Nove de Julho, do
Estado e a radial Leste-Oeste.
O trânsito de trens do Metrô
no sentido Tucuruvi (linha 1-azul) foi suspenso por cerca de
uma hora devido a queda de
uma árvore entre as estações
Armênia e Tiradentes às 15h30.
A linha 11-coral da CPTM, também ficou parada. A via alagou
entre as estações Luz e Tatuapé
por uma hora.
Segundo Aluísio Pardo Canholi, diretor da Hidrostudio,
empresa responsável pelo plano de macrodrenagem da região metropolitana de SP, alagamentos podem começar a
ocorrer com chuvas acima de
40 mm em um período de 30
minutos-ontem, no centro,
choveu quase o dobro disso.
Conforme ele, alagamentos
em pontos altos, como ocorreu
ontem na rua Ipanema (leste) e
na esquina das avenidas Rio
Branco e Duque de Caxias (centro), são causados por problemas na microdrenagem -bocas de lobo ou tubulação entupidas. "Não dá para dizer que é
falta de manutenção. Pode ser,
mas pode ser também um
pneu, uma bandeira de time,
qualquer coisa assim."
Por outro lado, locais como a
avenida Nove de Julho e o túnel
do Anhangabaú são pontos críticos que só serão resolvidos
com obras. Nestes casos, com
piscinões que já estão em fase
de licenciamento ambiental.
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