São Paulo, terça-feira, 05 de janeiro de 2010

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Pela 5ª vez em um mês, chuva volta a causar estragos em SP

Queda de árvore parou metrô; muro desabou sobre carros na 23 de maio e paulistano enfrentou trânsito mesmo nas férias escolares

Em uma hora choveu na região central cerca de 30% do esperado para todo o mês; túnel da Paulista e a rua 25 de Março alagaram
Almeida Rocha/Folha Imagem
Carros submersos na rua Frederico Steidel, em Santa Cecília; cidade teve 51 pontos alagados


DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"

O primeiro dia útil do ano repetiu as cenas de caos do final do ano velho na cidade de São Paulo. Muita chuva, ruas alagadas, pessoas ilhadas, metrô e trens parados e congestionamentos. Em menos de um mês, essa foi a quinta grande enchente na cidade.
Em uma hora choveu na região central 73 mm, o equivalente a 30,5% do esperado para janeiro. Nesse período, a chuva fez 32 pontos de alagamento, paralisou um dos sentidos da linha 1-azul do metrô, derrubou um muro sobre carros, fechou os aeroportos de Congonhas e Campo de Marte e interrompeu o fornecimento de energia em parte de quatro bairros.
Por volta das 19h20, havia 105 km de congestionamento na cidade-12,5% dos 835 km de vias monitoradas.
Desde dezembro, conforme a Defesa Civil, foram registradas cinco mortes e 2.544 pessoas ficaram desalojadas na capital paulista. Na enchente recente mais grave, em 8 de dezembro, seis pessoas morreram na Grande São Paulo, foram 105 alagamentos, estradas fechadas, e cerca de mil ficaram desabrigados. A situação se agravou por causa da falha em uma das bombas da Usina Elevatória de Traição, no rio Pinheiros.
A região Sudeste soma 121 mortos causadas pelas chuvas. No Estado do Rio foram 72, todos na virada do ano. São Paulo teve 43 mortes. Morreram cinco pessoas em Minas Gerais e uma no Espírito Santo.

Ocorrências
Até as 19h de ontem, os bombeiros atenderam ao menos nove vítimas. Uma mulher foi atingida por uma árvore na ponte da Vila Guilherme (norte). Duas pessoas se afogaram (uma no rio Tietê e outra no córrego Pirajussara). Outras, quatro, segundo a PM, se feriram após a queda de um muro sobre dois veículos na avenida 23 de maio. Duas ficaram ilhadas em suas casas na Mooca (leste). Os bombeiros não registraram nenhuma morte em decorrência da chuva, até a conclusão desta edição.
O aeroporto de Congonhas, onde a velocidade do vento chegou a 86 km/h, fechou por 40 minutos e o Campo de Marte, por uma hora.
Os maiores danos ocorreram nos bairros Jabaquara (sul), Butantã e Pinheiros (oeste), no centro e na Mooca (zona leste). Segundo o CGE, nessas regiões choveu granizo e várias vias ficaram inundadas, como os túneis do Anhangabaú e da avenida Paulista, a rua 25 de Março, as avenidas Nove de Julho, do Estado e a radial Leste-Oeste.
O trânsito de trens do Metrô no sentido Tucuruvi (linha 1-azul) foi suspenso por cerca de uma hora devido a queda de uma árvore entre as estações Armênia e Tiradentes às 15h30. A linha 11-coral da CPTM, também ficou parada. A via alagou entre as estações Luz e Tatuapé por uma hora.
Segundo Aluísio Pardo Canholi, diretor da Hidrostudio, empresa responsável pelo plano de macrodrenagem da região metropolitana de SP, alagamentos podem começar a ocorrer com chuvas acima de 40 mm em um período de 30 minutos-ontem, no centro, choveu quase o dobro disso.
Conforme ele, alagamentos em pontos altos, como ocorreu ontem na rua Ipanema (leste) e na esquina das avenidas Rio Branco e Duque de Caxias (centro), são causados por problemas na microdrenagem -bocas de lobo ou tubulação entupidas. "Não dá para dizer que é falta de manutenção. Pode ser, mas pode ser também um pneu, uma bandeira de time, qualquer coisa assim."
Por outro lado, locais como a avenida Nove de Julho e o túnel do Anhangabaú são pontos críticos que só serão resolvidos com obras. Nestes casos, com piscinões que já estão em fase de licenciamento ambiental.


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