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PROVA DOS NOVE
Para a caçadora de talentos Laís Passarelli, mercado valoriza a flexibilidade para acompanhar mudanças
Nota alta não é garantia de bom emprego
DA REPORTAGEM LOCAL
A psicóloga, socióloga e antropóloga Laís Passarelli, 49, que trabalha como caçadora de talentos
para grandes empresas, diz que
um super-histórico escolar (como
o que apresentam os melhores
alunos da turma de 80) é hoje apenas uma pequena parte do que as
empresas querem de um profissional de sucesso.
Mestre em carreiras profissionais na área de psicologia social e
do trabalho também pela USP,
Laís esclarece que "nunca esteve
em primeiro lugar" nos cursos
que fez. "No mundo das grandes
empresas, hoje são cada vez mais
necessárias outras competências.
Em 1990, por exemplo, a gente começou a falar em inteligência
emocional como variável tão importante quanto a racionalidade
para resolver problemas. Parecia
coisa de hippie e, no entanto, hoje,
todo mundo valoriza a noção de
que a capacidade de se relacionar
produtivamente com outras pessoas está entre os maiores talentos", afirma ela.
Segundo a especialista, cada vez
mais o mercado quer o profissional que saiba liderar uma equipe,
fazendo-a funcionar de modo a
cumprir os objetivos da empresa.
"Aquele indivíduo ensimesmado,
que compete com todos e não colabora com ninguém, esse as empresas querem ver longe. No
mundo corporativo, o que conta é
saber lidar com pessoas", diz.
Revoluções
Vale a pena ser CDF? Laís responde: "Vale se você quiser isso.
Mas se o objetivo for obter sucesso no mundo das empresas, então
é preciso acoplar à concentração
nos estudos uma flexibilidade inteligente, que o habilite a ser um
bom entendedor das mudanças
que acontecem no mundo."
Segundo a headhunter, o aumento da expectativa de vida da
população e do fluxo de informações na sociedade impõe que o
profissional seja mais flexível.
"Nos 25 anos que se passaram
desde a formatura da turma de 80,
aconteceram revoluções tecnológicas, de produção, políticas. É razoável prever que a vida produtiva se amplie, ao mesmo tempo
em que o ritmo de mudanças tende a se acelerar. Quem não desenvolver essa flexibilidade acabará
obsoleto mais cedo", diz.
(LAURA CAPRIGLIONE)
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