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SAÚDE / NUTRIÇÃO
Pesquisa aponta que 40% dos adolescentes não fazem a refeição de maneira adequada
Não tomar café da manhã pode prejudicar aprendizado
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de o café da manhã ser a
principal refeição do dia, ainda há
quem saia de casa sem fazê-lo ou
depois de comer alimentos inadequados para suprir as necessidades nutricionais do corpo. Pesquisa realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo)
com 1.200 adolescentes entre dez
e 19 anos aponta que 40,7% deles
não fazem o desjejum correto.
Com o final das férias escolares,
a situação fica ainda mais preocupante. Por ter de acordar cedo para ir à escola muitos adolescentes
deixam de tomar o café da manhã, ficando suscetíveis a sofrerem alteração de humor, problemas de memorização, de concentração e até mesmo déficit de
aprendizado.
"A principal justificativa dos jovens para não tomar o café é a falta de tempo. Mas não ter tempo
não é um motivo forte para "pular"
essa refeição", avalia a nutricionista Eliana Cristina de Almeida,
autora do estudo.
Durante o sono, o organismo se
alimenta das reservas de nutrientes disponíveis. Por isso, assim
que a pessoa acorda, é necessário
repor essas reservas para que o
corpo possa iniciar as atividades
normalmente.
Segundo Eliana, um café da manhã adequado tem de suprir 25%
do valor calórico total a ser consumido pela pessoa durante todo o
dia. Para atender esses requisitos,
a pessoa deve ingerir fontes de
energia (pães e cereais), fontes de
vitaminas, minerais e fibras (sucos naturais e frutas) e fontes de
proteína e cálcio (leite, iogurte,
coalhada e queijos).
"Se for impossível sentar-se à
mesa para essa refeição, a pessoa
pode substituir fazendo uma vitamina com uma fruta, leite e aveia.
É rápido, fácil e é o mínimo para
garantir os nutrientes necessários.
O que não pode é sair sem comer", frisa Eliana.
Segundo o gastroenterologista
do Hospital Santa Rita, Almino
Cardoso Ramos, a falta de nutrientes adequados no organismo
aumenta a probabilidade de o
adolescente desenvolver obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares. "Se a pessoa não se alimenta corretamente no café da
manhã, ela vai procurar uma
compensação na hora do almoço
ou do jantar, ingerindo um maior
volume de alimentos", diz.
A falta de açúcar no sangue, por
exemplo, diminui a capacidade
de concentração. Maria Irene Maluf, presidente da Sociedade Brasileira de Psicopedagogia, admite
que a falta do café da manhã provoca alterações no humor e na
disposição dos alunos, mas diz
que nem sempre é possível afirmar que altera o aprendizado.
"Para prejudicar o ensino, a privação de alimentos precisa ser
muito grande", diz.
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