MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas

A Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) está concluindo testes com uma nova droga contra a impotência -o Vasomax. Os testes estão sendo desenvolvidos há dois anos. O remédio, que ainda aguarda aprovação no Ministério da Saúde, pode começar a ser comercializado em junho.
O medicamento é indicado para pessoas com impotência sexual causada por fatores psicológicos ou por causas orgânicas leves.
O Vasomax tem o nome científico de fentolamina e será tema de discussões no Encontro Mundial de Urologia, que ocorrerá em 6 de abril em Estocolmo, na Suécia.
O efeito do remédio, criado pelo laboratório Schering-Plough, é controlar a adrenalina, hormônio liberado em grande quantidade em situação de medo ou estresse.
A adrenalina em excesso contrai os vasos sanguíneos do pênis e impede a ereção, segundo o professor de urologia da Unicamp e coordenador dos testes do medicamento na universidade, Paulo César Rodrigues Palma, 45.
De acordo com ele, a fentolamina não deixa esse excesso de adrenalina entrar nas células do vasos sanguíneos. Com o sistema fisiológico livre da tensão, a ereção acontece normalmente. Palma disse que não houve efeitos colaterais graves. "Os pacientes tiveram apenas dores de cabeça moderadas."
O remédio já é comercializado no México. Os EUA devem começar a receber o medicamento até julho para comercialização.
Palma disse que o princípio ativo do remédio já é receitado em clínicas de urologia em forma de injeção unido a outros medicamentos vasodilatadores. O Vasomax leva cerca de 30 minutos para fazer efeito no organismo.
"O medicamento pode ser indicado para pacientes que tenham problemas cardíacos e por isso não podem tomar o Viagra", afirmou.
De acordo com Palma, pesquisas desenvolvidas na área de urologia indicam que o Viagra tem eficácia entre 70% e 80%, enquanto o Vasomax, entre 50% e 60%.
A utilização do remédio dosado com o Viagra também apresenta resultados satisfatórios.
A ação do Viagra é fisiológica, mas é um vasodilatador que inibe a ação da enzima fosfodiesterase tipo 6, existente no pênis, e que provoca a contração dos vasos.
Já a fentolamina tem substâncias que se ligam às células dos vasos sanguíneos do pênis e entram no receptor da adrenalina, ocupando o lugar que seria desse hormônio.
Com a entrada da fentolamina, o excesso de adrenalina é bloqueado e a ereção não é prejudicada.
A adrenalina é hormônio produzido pelas glândulas supra-renais. O organismo a libera no sangue a fim de compensar a hipoglicemia (queda de açúcar no sangue), causada em situações de tensão, por exemplo. De acordo com Palma, cerca de 50% a 60% dos casos de impotência têm origem psicológica ou emocional.


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