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PREFEITO ASSASSINADO
Santana roubado usado no sequestro de Celso Daniel foi devolvido ao dono sem ser examinado
Polícia erra e prejudica perícia de carro
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um erro da polícia evitou que
fossem descobertas mais cedo
pistas da morte do prefeito Celso
Daniel (PT). Um Santana azul,
roubado e usado no sequestro de
Daniel, foi encontrado abandonado e foi devolvido ao dono sem
que fosse investigada sua participação no crime. A perícia do carro ficou comprometida.
O Santana, um dos carros usados no sequestro, era uma das peças que faltavam para o esclarecimento do caso. A Blazer verde, segundo veículo usado no sequestro, foi encontrada incendiada na
favela Pantanal (zona sul), o que
dificultou o trabalho da perícia.
O Santana só foi encontrado depois que Itamar Messias dos Santos e Rodolfo Rodrigo dos Santos
Oliveira, o Bozinho, presos na última sexta-feira, informaram à
Polícia Federal que o veículo, roubado no dia 18 de janeiro, -dia
do sequestro do prefeito- em
Diadema, tinha sido abandonado
na mesma noite, em Taboão da
Serra (Grande São Paulo).
Depois de um rastreamento nas
delegacias, a PF conseguiu localizar o Santana azul anteontem à
noite. O carro estava na garagem
de seu dono, o vigia Adonísio Alves da Silva, 51.
A PF descobriu que o Santana
foi encontrado às 8h do dia 19 pela
PM. À tarde, depois de registrado
um boletim na Polícia Civil de Taboão da Serra, o carro foi entregue
ao dono, que deve ter inutilizado a
maioria das possíveis pistas ao lavar o veículo.
Em seu depoimento na madrugada do mesmo dia 19, o empresário Sérgio Gomes da Silva, que
estava com o prefeito no momento do sequestro, afirmou aos policiais que os sequestradores usaram um Santana e uma Blazer. A
PM chegou a fazer várias blitze
nos dias seguintes em busca dos
dois veículos.
O delegado Romeu Tuma Jr., titular da Delegacia Seccional de
Taboão da Serra, disse que vai
abrir sindicância para apurar a
possível falha da delegacia local.
Depoimento
Marcos Roberto dos Santos, o
Marquinhos, voltou a negar ontem, no DHPP (Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa),
envolvimento no caso. Ele disse
que estava vendo televisão no
momento do sequestro.
Marquinhos e José Edson da Silva foram apontados como os homens que teriam retirado Daniel
da favela e o assassinado.
Itamar e Bozinho disseram que
houve uma reunião do grupo depois que souberam que o sequestrado era o prefeito. Os dois informaram que deixaram três recados
no celular de Silva para que soltasse Daniel, mas ele não obedeceu.
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