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CASO CELSO DANIEL
Suspeito nega participação no crime
Dinheiro de sequestro seria usado em resgate de presos, diz polícia
DA REPORTAGEM LOCAL
Um croqui detalhado do CDP
(Centro de Detenção Provisória)
do Belém e cartas com a movimentação dos PMs nas muralhas,
encontrados na casa de José Edson da Silva, suspeito de ter atirado contra o prefeito Celso Daniel
(PT), indicam que a quadrilha da
favela Pantanal planejava fazer
um resgate de presos.
O material e a foto de Silva foram divulgados ontem pelo Deic
(Departamento de Investigações
sobre o Crime Organizado). O dinheiro do sequestro do prefeito
seria utilizado na operação.
A polícia suspeita que Antonio
Carlos Pereira dos Santos, o Legal,
preso desde setembro no CDP e
integrante da quadrilha da Pantanal, seria um dos resgatados.
Os detalhes do croqui, feito a caneta em uma folha de papel, foram confirmados como verdadeiros por diretores do CDP.
As cartas apreendidas pela polícia na casa de Silva relatam a movimentação dos PMs nas muralhas, afirmando que um plantão
era mais rígido na segurança do
que outro. "Vez ou outra, tem um
"rondante" [vigia" que corre as
muralhas do Belém 1 e 2, os PMs
da lateral esquerda A e D. Ficam
sempre conversando na guaritinha do meio", descreve o começo
de uma das cartas.
A polícia encontrou o material
na semana passada, na casa de Silva, em Capão Redondo (zona sul
de São Paulo). Silva e Marcos Roberto dos Santos, o Marquinhos,
foram apontados por Itamar
Messias dos Santos e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho, como os autores dos disparos contra o prefeito.
Itamar e Bozinho disseram que
houve uma reunião de parte da
quadrilha depois que souberam
que o sequestrado era o prefeito.
Os dois disseram que deixaram
três recados no celular de Silva
para que soltasse Daniel, o que ele
não obedeceu. Apesar das evidências, Marquinhos voltou a negar
ontem, no DHPP (Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa), envolvimento no sequestro.
A Polícia Federal encontrou domingo à noite um Santana azul
que deve ter sido o segundo veículo usado no sequestro. O carro
foi roubado no dia 18 de janeiro,
dia do sequestro, e liberado no dia
seguinte, antes da morte do prefeito. O carro foi encontrado pela
PM e devolvido ao dono, que lavou o carro e removeu as pistas.
(GILMAR PENTEADO)
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