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Mangueira, Beija-Flor e Imperatriz, que desfilaram no segundo dia, foram os destaques do sambódromo
Na Sapucaí, três escolas empolgam mais
DA SUCURSAL DO RIO
E DO ENVIADO ESPECIAL
A julgar pela reação do público,
o resultado dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro
neste ano vai ser parecido com o
de 2002. Como aconteceu no ano
passado, a Mangueira, atual campeã, a Imperatriz, campeã em três
dos últimos quatro Carnavais, e a
Beija-Flor, vice há quatro Carnavais seguidos, despontaram como
favoritas. As três escolas foram
para a avenida no segundo dia de
desfiles (de segunda para terça).
A Mocidade Independente, que
mostrou na avenida um ousado
enredo-campanha pela doação de
órgãos, e o Salgueiro, que no domingo recontou seus oito campeonatos em 50 anos de história,
também têm chances de conquistar boa classificação.
Mangueira e Beija-Flor foram as
que mais arrancaram gritos de "é
campeã" do público. A verde-e-rosa contou a história de Moisés e
da libertação do povo judeu no
Egito Antigo. Além de levar ao
sambódromo um dos sambas
mais cantados, a escola se destacou pela originalidade da comissão de frente e pelos carros alegóricos mais luxuosos que já exibiu
na Marquês de Sapucaí.
Enquanto a Mangueira abusou
do dourado e das tonalidades claras do verde e do rosa, a Beija-Flor
deu um tom apocalíptico a seu
enredo sobre a fome.
Cores do caos
Numa espécie de desfile-manifesto, a escola de Nilópolis usou
preto e vermelho em quase todas
as alas. O carro sobre o "caos social" do Brasil de hoje tinha a estátua de um mendigo bêbado e presidiários com telefones celulares.
As tonalidades claras do azul,
cor da agremiação, só vieram nas
últimas duas alas e no carro alegórico com a estátua do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
Última escola a desfilar, já ao
amanhecer de ontem, a Imperatriz encheu a Marquês de Sapucaí
de cores no enredo sobre a pirataria, hoje e no passado. Neste ano,
além de fazer um desfile correto
tecnicamente - característica da
escola -, a Imperatriz afugentou
a fama de não empolgar o público
e venceu o cansaço dos que esperaram até as 5h para assisti-la.
Completando o time das principais favoritas, a Mocidade, com
seu "Carnaval solidário", soube
traduzir um tema difícil, a doação
de órgãos, em um desfile de fácil
compreensão pelo público. O
samba com refrões fáceis de memorizar também ajudou a escola.
O Salgueiro, que desfilou no domingo, seria forte candidato ao título se não tivesse estourado o
tempo máximo de seu desfile. Pelo regulamento, isso pode tirar
pontos da escola na apuração.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA, ANTÔNIO GOIS E CHICO DE GÓIS)
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