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São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2003

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Mangueira, Beija-Flor e Imperatriz, que desfilaram no segundo dia, foram os destaques do sambódromo

Na Sapucaí, três escolas empolgam mais

DA SUCURSAL DO RIO

E DO ENVIADO ESPECIAL

A julgar pela reação do público, o resultado dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro neste ano vai ser parecido com o de 2002. Como aconteceu no ano passado, a Mangueira, atual campeã, a Imperatriz, campeã em três dos últimos quatro Carnavais, e a Beija-Flor, vice há quatro Carnavais seguidos, despontaram como favoritas. As três escolas foram para a avenida no segundo dia de desfiles (de segunda para terça).
A Mocidade Independente, que mostrou na avenida um ousado enredo-campanha pela doação de órgãos, e o Salgueiro, que no domingo recontou seus oito campeonatos em 50 anos de história, também têm chances de conquistar boa classificação.
Mangueira e Beija-Flor foram as que mais arrancaram gritos de "é campeã" do público. A verde-e-rosa contou a história de Moisés e da libertação do povo judeu no Egito Antigo. Além de levar ao sambódromo um dos sambas mais cantados, a escola se destacou pela originalidade da comissão de frente e pelos carros alegóricos mais luxuosos que já exibiu na Marquês de Sapucaí.
Enquanto a Mangueira abusou do dourado e das tonalidades claras do verde e do rosa, a Beija-Flor deu um tom apocalíptico a seu enredo sobre a fome.

Cores do caos
Numa espécie de desfile-manifesto, a escola de Nilópolis usou preto e vermelho em quase todas as alas. O carro sobre o "caos social" do Brasil de hoje tinha a estátua de um mendigo bêbado e presidiários com telefones celulares.
As tonalidades claras do azul, cor da agremiação, só vieram nas últimas duas alas e no carro alegórico com a estátua do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Última escola a desfilar, já ao amanhecer de ontem, a Imperatriz encheu a Marquês de Sapucaí de cores no enredo sobre a pirataria, hoje e no passado. Neste ano, além de fazer um desfile correto tecnicamente - característica da escola -, a Imperatriz afugentou a fama de não empolgar o público e venceu o cansaço dos que esperaram até as 5h para assisti-la.
Completando o time das principais favoritas, a Mocidade, com seu "Carnaval solidário", soube traduzir um tema difícil, a doação de órgãos, em um desfile de fácil compreensão pelo público. O samba com refrões fáceis de memorizar também ajudou a escola.
O Salgueiro, que desfilou no domingo, seria forte candidato ao título se não tivesse estourado o tempo máximo de seu desfile. Pelo regulamento, isso pode tirar pontos da escola na apuração.
(FERNANDA DA ESCÓSSIA, ANTÔNIO GOIS E CHICO DE GÓIS)


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