São Paulo, domingo, 05 de março de 2006

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LYA WYLER

'Harry Potter' - de J.K. Rowling

DA REVISTA DA FOLHA

Quem fez a ligação entre a série de best-sellers "Harry Potter" e os milhares de brasileiros fãs da obra que não lêem na língua inglesa? Ela mora na Gávea, no Rio, até os 40 anos tinha concluído apenas o ensino fundamental (o antigo ginásio), teve como principal consultora sua neta mais velha, fanática pelo bruxinho.
Lia Wyler, casada, duas filhas e três netas, trabalha há 36 anos com tradução. "Comecei na profissão com textos técnicos. Depois, vieram os verbetes para enciclopédias, artigos de revistas e livros de literatura popular, culta e infantis e juvenis", conta Lia, que já traduziu Henry Miller, Tom Wolfe, Carl Sagan e Sylvia Plath.
Suas três netas, de 23, 16 e 6 anos, são leitoras de "Harry Potter" e vibram com o envolvimento da avó com a mais popular obra infanto-juvenil da atualidade. Nascida em Ourinhos (SP), Lia foi para o Rio aos cinco anos, e desde então adotou a cidade. A partir dos 40 anos, fez letras português-inglês com especialização em tradução na PUC-Rio e mestrado em comunicação na UFRJ e foi doutoranda em língua e literaturas de língua inglesa na USP.
Como conseguiu um inglês tão bom? "O ginásio que fiz era diferente dos ensinos fundamental e médio de hoje. Estudava-se português, latim, francês, inglês e espanhol. Também aprendi inglês com falantes nativos a partir dos 12 anos, casei-me com um homem cuja família só falava inglês, trabalhei para embaixadas e empresas americanas e morei na Europa". Se sonha em traduzir alguma obra? Sua resposta vem como um soco no estômago dos sonhadores: "Tradutor profissional não sonha com obra a traduzir. Ele se preocupa se amanhã terá outra obra para traduzir".


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