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SALIM BARROS NIGRI (1926-2010)
Ele era o torcedor símbolo do Grêmio
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Salim Barros Nigri estaria
com o Grêmio onde o Grêmio
estivesse. Foi um caso de paixão tão intenso que o porto-alegrense de 83 anos tornou-se, além de conselheiro, torcedor símbolo do clube.
A relação de amor entre ele
e o time começou ainda na
mocidade, como lembra a
mulher, Luci Bueno. Depois
do casamento, em 1951, até
ela passou a torcer pela equipe, pois as derrotas eram um
tremendo de um desastre para o marido -Salim ficava
triste, a ponto de não querer
mais falar com ninguém.
Na juventude, ele criou e
pintou numa faixa a frase
"Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver". Nos anos 50, um
amigo compositor, chamado
por muitos como o rei da dor
de cotovelo, colocou-a no hino oficial do clube. O que Lupicínio Rodrigues fez, nas palavras de Luci, foi aprimorar a
frase do marido.
Salim adorava o hino -conseguiu até que a música ganhasse versões cantadas em
francês e em japonês.
Com o tempo, o ex-funcionário da Secretaria da Saúde
começou a sofrer com uma
retinite pigmentosa, doença
que lhe foi tirando gradualmente a visão. Ficou cego e
acompanhava o time pelo rádio. A mulher costumava
também a comentar para ele
jogadas que via pela TV.
Era um homem alegre e falante, que já amanhecia batucando e cantando.
Há dias, teve um AVC (acidente vascular cerebral). Na
segunda, morreu deixando
viúva, a filha Vera e dois netos
fanáticos pelo Grêmio.
coluna.obituario@uol.com.br
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