São Paulo, sexta-feira, 05 de março de 2010

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SALIM BARROS NIGRI (1926-2010)

Ele era o torcedor símbolo do Grêmio

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Salim Barros Nigri estaria com o Grêmio onde o Grêmio estivesse. Foi um caso de paixão tão intenso que o porto-alegrense de 83 anos tornou-se, além de conselheiro, torcedor símbolo do clube.
A relação de amor entre ele e o time começou ainda na mocidade, como lembra a mulher, Luci Bueno. Depois do casamento, em 1951, até ela passou a torcer pela equipe, pois as derrotas eram um tremendo de um desastre para o marido -Salim ficava triste, a ponto de não querer mais falar com ninguém.
Na juventude, ele criou e pintou numa faixa a frase "Com o Grêmio, onde o Grêmio estiver". Nos anos 50, um amigo compositor, chamado por muitos como o rei da dor de cotovelo, colocou-a no hino oficial do clube. O que Lupicínio Rodrigues fez, nas palavras de Luci, foi aprimorar a frase do marido.
Salim adorava o hino -conseguiu até que a música ganhasse versões cantadas em francês e em japonês.
Com o tempo, o ex-funcionário da Secretaria da Saúde começou a sofrer com uma retinite pigmentosa, doença que lhe foi tirando gradualmente a visão. Ficou cego e acompanhava o time pelo rádio. A mulher costumava também a comentar para ele jogadas que via pela TV.
Era um homem alegre e falante, que já amanhecia batucando e cantando.
Há dias, teve um AVC (acidente vascular cerebral). Na segunda, morreu deixando viúva, a filha Vera e dois netos fanáticos pelo Grêmio.

coluna.obituario@uol.com.br


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