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Expulsão do PPB é aprovada por unanimidade
da Sucursal de Brasília
A expulsão do deputado Sérgio
Naya do PPB foi decidida por unanimidade pela Executiva Nacional
do partido. O parlamentar não teve direto de se defender. Procurada pela Folha, sua assessoria não
se pronunciou sobre a decisão.
Sem a legenda, Naya não tem como se candidatar nas eleições de
outubro, pois a Lei Eleitoral exige
um ano de filiação partidária.
O deputado mineiro é proprietário da construtora Sersan e aparece como um dos engenheiros responsáveis pela construção do edifício Palace 2, no Rio de Janeiro,
cujo desabamento provocou a
morte de oito pessoas.
O desabamento do edifício não
foi o principal motivo da expulsão
de Naya do PPB. Foram suas declarações (gravadas em vídeo e
exibidas na televisão no último
domingo) admitindo ter falsificado assinaturas, feito contrabando
e utilizado material de segunda em
obras de sua construtora.
O presidente licenciado do PPB,
Paulo Maluf, presidiu a reunião da
Executiva que decidiu pela expulsão. Para ele, caso Naya fosse julgado apenas pelo desabamento do
Palace 2, "seria necessário abrir
um inquérito e conceder ao deputado o direito de defesa".
Mas a fita, avaliou Maluf, representa "a confissão da falta de ética
no exercício de sua função de deputado e não precisa de provas".
Dos 26 integrantes da Executiva
Nacional do PPB, 19 compareceram à reunião de ontem e votaram
pela expulsão. A medida se baseou
no artigo 70 do Regimento Interno
do PPB, que permite punições a
parlamentares sempre que seja necessário "preservar os superiores
interesses do partido perante a lei
e a opinião pública".
A Mesa Diretora da Câmara e o
Tribunal Superior Eleitoral foram
informados ontem mesmo, pela
direção do PPB, da expulsão.
A decisão da Executiva será encaminhada agora à Comissão de
Ética do PPB, que terá sete dias para dar um parecer sobre o caso.
Naya será ouvido pela comissão,
que remeterá o parecer à apreciação do Diretório Nacional do PPB.
"Não tenho dúvidas de que o diretório irá confirmar a expulsão
do deputado", afirmou Maluf.
"Se ele ganhar no diretório, quem
sai do partido sou eu", emendou o
líder do PPB no Senado, Epitácio
Cafeteira (MA).
Maluf adiantou que o PPB irá
apoiar a cassação de Naya, que terá de ser votada pelo plenário da
Câmara dos Deputados.
Maluf aproveitou a reunião para
criticar o PSDB e o PT. Ele disse
que não culpa o PT pelo fato de
filiados ao partido terem participado de assaltos a banco na Bahia
e que não culpa o PSDB por causa
da morte de sem-terras no Pará
-Estado governado pelo tucano
Almir Gabriel.
"Ninguém pode culpar nenhum
partido por um crime individual
cometido por um dos seus membros", disse o ex-prefeito de São
Paulo.
(FERNANDO GODINHO)
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