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Cassações vão
ser votadas já,
afirma Temer
FERNANDO RODRIGUES
da Sucursal de Brasília
RUI NOGUEIRA
da Sucursal de Brasília
O presidente da Câmara, Michel
Temer (PMDB-SP), disse ontem
que todos os processos de cassação
de deputados que já passaram pela
Comissão de Constituição e Justiça serão votados pelo plenário da
Casa "imediatamente" após a decisão sobre Sérgio Naya.
Com o pedido de cassação do deputado Sérgio Naya (PPB-MG), a
Câmara tem agora oito parlamentares sendo processados por falta
de decoro. Cinco deles esperam
apenas a votação no plenário.
Michel Temer tem o poder de decidir a data de votação desses processos. O presidente da Câmara
havia prometido no final do ano
passado colocar os processos em
votação na "primeira semana de
março", na volta dos parlamentares depois da folga do Carnaval.
"Agora, primeiro precisamos
votar o Naya. Faremos isso o mais
rapidamente possível. Todos os
outros serão votados em seguida,
imediatamente", disse Temer.
A votação das cassações em plenário não ocorreu até hoje porque
não era conveniente ao governo.
Por duas razões: 1) os deputados
pendurados no "corredor da
morte", na gíria interna da Câmara, são fiéis seguidores governistas
em qualquer votação e 2) a cassação irritaria outros parlamentares
prejudicando a votação de reformas constitucionais.
Líderes a favor
A declaração de ontem de Temer
foi corroborada pelos líderes de
três partidos governistas ouvidos
pela Folha: PMDB, PFL e PTB.
Curiosamente, apenas o líder do
PPB não quis se manifestar -embora seu partido já tenha expulsado Sérgio Naya de forma sumária.
"Acho correto votarmos tudo já.
O plenário que decida como quiser", afirmou o líder do PMDB,
Geddel Vieira Lima (BA). "Temos
de retirar todos esses esqueletos
do armário. Essa é uma ótima
oportunidade", disse o líder do
PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
O líder do PTB, Paulo Heslander
(MG), acha que "no caso do Naya, a Câmara não pode dar um
"abraço de afogado'. Só pode cassar". E acha que a Casa não deve
não votar os outros processos.
São necessários 257 votos -a
Câmara tem 513 cadeiras- para
aprovar a cassação do mandato de
um deputado. A votação é secreta.
Colaborou Luiza Damé, da Sucursal de Brasília
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