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DESABAMENTO 4
Informações preliminares indicam não haver irregularidades no projeto estrutural do edifício Palace
Polícia diz que falha ocorreu na construção
RONI LIMA
SERGIO TORRES
da Sucursal do Rio
Investigações da Polícia Civil do
Rio já concluíram que a falha que
resultou no desabamento do edifício Palace 2 ocorreu na execução
da obra, e não no cálculo estrutural.
Para o delegado-titular da 16ª DP
(Delegacia de Polícia), Carlos Alberto Nunes Pinto, que comanda
as investigações sobre o desabamento, o uso de material de construção de má qualidade pela empresa Sersan é a mais provável
causa da tragédia.
Informações preliminares trocadas entre o ICCE (Instituto de Criminalística Carlos Éboli), órgão da
Polícia Civil, e a 16ª DP indicam
não haver irregularidades no projeto estrutural do edifício, assinado pelo engenheiro José Roberto
Schendes.
"Tudo indica que os cálculos estruturais da obra estão corretos. A
suspeita principal é a de emprego
de material ruim", disse o delegado. Ontem, em meio aos destroços
do Palace 2, peritos do ICCE localizaram o pilar que cedeu, provocando o desabamento de parte do
edifício. A análise do material usado nesse pilar é considerada fundamental pela perícia.
Com o apoio de peritos do ICCE,
a análise laboratorial desse material e de outros destroços do Palace 2 será realizada pelo INT (Instituto Nacional de Tecnologia), órgão ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
Um escavadeira começou a limpar a área no entorno desse pilar
para que, no máximo até amanhã,
técnicos do INT consigam coletar
amostras do concreto e das ferragens utilizados na sua construção.
Um perito informou que conchas do mar foram encontradas
em diferentes destroços do edifício, o que levantou a suspeita do
uso de areia da praia na concretagem. Mas, segundo ele, a análise
final dependerá dos exames.
A suspeita do delegado Pinto foi
reforçada depois que a Rede Globo mostrou, no programa "Fantástico", cenas de uma gravação
em que o deputado Sérgio Naya
(dono da construtora) admite
usar material de qualidade inferior
em suas obras.
"Essa gravação consolidou mais
ainda os rumos que o inquérito está tomando", disse Pinto.
Na segunda passada, o chefe do
departamento jurídico da Sersan,
Climério de Alencar, entregou ao
delegado as plantas estruturais do
edifício que desabou.
As plantas foram enviadas no
mesmo dia ao ICCE, órgão encarregado de preparar o laudo oficial
sobre as causas do desabamento.
O delegado disse que só na semana que vem deverá receber o
laudo. "Os peritos decidiram fazer
análises químicas em amostras do
material usado na construção, o
que deve atrasar um pouco a conclusão do laudo", disse.
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