São Paulo, quinta, 5 de março de 1998

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VIOLÊNCIA
Detentos foram mortos em rebelião no ano passado, no Ceará
Inquérito conclui que presos foram assassinados pela PM

da Agência Folha, em Fortaleza

Um inquérito realizado pela Polícia Civil do Ceará concluiu que seis presos mortos numa rebelião ocorrida no Instituto Penal Paulo Sarasate, no ano passado, foram assassinados por homens da Polícia Militar depois de dominados.
A rebelião começou em 24 de dezembro e terminou no dia 25 com a fuga de 23 detentos. Eles levaram três reféns, que saíram feridos. Na fuga, oito detentos morreram, três foram baleados e 12 feridos.
O delegado que presidiu o inquérito, Pedro Sá Roriz Neto, disse que os presos foram mortos por homens do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da PM quando estavam em carros usados na fuga.
Roriz disse que os policiais atiraram contra os carros, colocando em risco a vida de duas reféns. "Dois presos foram executados depois de se renderem", afirmou.
O coronel da PM, Adaílton Magalhães, que coordenou a ação dos policiais durante a fuga dos rebelados, considerou o inquérito "cheio de falhas" e direcionado para culpar a PM. Magalhães disse que os presos foram mortos numa troca de tiros com policiais, que "defendiam" a sociedade. (PAULO MOTA)



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