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Tommaso Buscetta morre aos 71
das agências internacionais
O ex-chefe da máfia siciliana
Tommaso Buscetta morreu de
câncer no domingo, aos 71 anos,
nos EUA. Nos anos 80, ele foi o
primeiro mafioso a colaborar
com a Justiça italiana em ações
contra a Cosa Nostra.
Nascido em julho de 1928,
Buscetta entrou para a máfia
ainda rapaz. "Para um jovem de
20 anos, a Cosa Nostra era algo
esplêndido, um mundo fascinante", disse.
Buscetta era chefe da família
Porta Nuova, de Palermo (capital da Sicília), que integrava a
Cosa Nostra. O clã foi dizimado
em guerra dentro da organização pelo controle do crime organizado nos anos 70 e 80. A disputa foi vencida pelos Corleone.
Para escapar da morte, o mafioso fugiu para o Brasil em 70.
Buscetta foi preso em 72 e extraditado para a Itália, onde ficou por oito anos. Deixou a prisão e voltou para o Brasil em 81,
quando mais de 20 de seus parentes foram mortos na guerra
com os Corleone. Dois anos depois, a polícia o prendeu novamente e Buscetta foi extraditado
para a Itália. Nessa época, ele já
havia decidido colaborar com a
Justiça italiana.
O mafioso foi testemunha no
processo contra o ex-primeiro-ministro da Itália Giulio Andreotti, acusado de envolvimento com a máfia. Posteriormente,
Andreotti foi absolvido.
"Não sou um arrependido.
Sou um mafioso que cometeu
erros e estou disposto a pagar.
Pela sociedade, pelos meus filhos e pelos jovens, quero revelar tudo que conheço desse câncer que representa a máfia", disse "Don Masino", como Buscetta era chamado.
Em 85, Buscetta foi mandado
para os EUA, onde morou até
morrer, sob proteção do FBI. A
morte foi divulgada ontem, em
Roma, por seu advogado.
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