São Paulo, quarta-feira, 05 de abril de 2000


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Tommaso Buscetta morre aos 71

das agências internacionais

O ex-chefe da máfia siciliana Tommaso Buscetta morreu de câncer no domingo, aos 71 anos, nos EUA. Nos anos 80, ele foi o primeiro mafioso a colaborar com a Justiça italiana em ações contra a Cosa Nostra.
Nascido em julho de 1928, Buscetta entrou para a máfia ainda rapaz. "Para um jovem de 20 anos, a Cosa Nostra era algo esplêndido, um mundo fascinante", disse.
Buscetta era chefe da família Porta Nuova, de Palermo (capital da Sicília), que integrava a Cosa Nostra. O clã foi dizimado em guerra dentro da organização pelo controle do crime organizado nos anos 70 e 80. A disputa foi vencida pelos Corleone. Para escapar da morte, o mafioso fugiu para o Brasil em 70.
Buscetta foi preso em 72 e extraditado para a Itália, onde ficou por oito anos. Deixou a prisão e voltou para o Brasil em 81, quando mais de 20 de seus parentes foram mortos na guerra com os Corleone. Dois anos depois, a polícia o prendeu novamente e Buscetta foi extraditado para a Itália. Nessa época, ele já havia decidido colaborar com a Justiça italiana.
O mafioso foi testemunha no processo contra o ex-primeiro-ministro da Itália Giulio Andreotti, acusado de envolvimento com a máfia. Posteriormente, Andreotti foi absolvido.
"Não sou um arrependido. Sou um mafioso que cometeu erros e estou disposto a pagar. Pela sociedade, pelos meus filhos e pelos jovens, quero revelar tudo que conheço desse câncer que representa a máfia", disse "Don Masino", como Buscetta era chamado.
Em 85, Buscetta foi mandado para os EUA, onde morou até morrer, sob proteção do FBI. A morte foi divulgada ontem, em Roma, por seu advogado.


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