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Taxa de embarque no Brasil é uma das mais caras do mundo
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um passageiro que embarca
num vôo internacional em
Guarulhos paga uma taxa de R$
78,00, que deveria ir para o caixa de custeio do controle do
tráfego aéreo. É uma taxa mais
cara que a de Frankfurt (R$
56,26), Amsterdã (R$ 36,08),
Lisboa (R$ 33,22), Milão (R$
20,41) ou Madri (R$ 18,67). Na
Europa, só perde para Londres
(R$ 161,32).
Em Nova York ele pagará R$
54,67, um valor menor que em
São Paulo, embora um conjunto de outras sete taxas, relativas
à alfândega e segurança, totalizem no aeroporto John F. Kennedy no mínimo mais R$ 78,74.
Mas o que importa é a taxa de
embarque, que em outros países efetivamente custeia o uso
do aeroporto pelo passageiro e
mais os custos logísticos do
vôo, que incluem as operações
de decolagem e aterrissagem e
o monitoramento da aeronave
enquanto ela estiver no ar.
Um vôo entre a Espanha e a
Alemanha pode sobrevoar a
França e a Suíça. Uma entidade
pública regional, a Eurocontrol, estipula o custo da navegação dos controladores franceses e suíços, que está incluída
na taxa de embarque.
A idéia é manter a auto-suficiência financeira do sistema
de controle aéreo, que gastou
nos últimos dez anos estimados
US$ 92 bilhões em equipamentos e mantém equipes de controladores que ganham até sete
vezes mais que as brasileiras.
Quando um passageiro toma
um vôo internacional de um aeroporto europeu, além da taxa
de embarque, ele também paga
outras taxas quase exóticas. Na
Holanda cobram-se R$ 5,45 de
isolamento acústico.
Na França, para quem vai de
cabina econômica há R$ 10,91
de "taxa de solidariedade dos
passageiros aéreos", cobrada
desde o ano passado para financiar programas de ajuda aos
países pobres e concebida em
agosto de 2005, após um encontro dos presidentes Luiz
Inácio Lula da Silva e Jacques
Chirac.
Na Itália, quem embarca em
Milão paga R$ 4,94 de segurança do passageiro e R$ R$ 5,65 de
segurança das bagagens, além
de R$ 6,82 para a prefeitura do
município.
Levantamento de uma associação européia de agências de
viagens revela que, se tomarmos a taxa de embarque propriamente dita, há apenas três
países no mundo mais caros
que o Brasil: Reino Unido (R$
161,32), Quênia (R$ 91,00) e
Seychelles (R$ 81,00).
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