São Paulo, Segunda-feira, 05 de Abril de 1999
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Festa de formatura pode virar pesadelo

da Reportagem Local

Festas de formatura podem deixar de ser comemorações para virar causa de problemas. Falta de atenção dos formandos na hora de firmar contratos e empresas de organização que não cumprem o que foi prometido podem comprometer a festa.
Os alunos da turma que se formou neste ano em comunicação social pela Universidade Metodista, em São Bernardo, Grande São Paulo, quase não realizaram a festa que estava prevista havia um ano.
Motivo: na última hora, a empresa que havia sido contratada avisou para a comissão de formatura que não tinha como fazer a festa.
"Eles não deram muitas informações, disseram que estavam com problemas financeiros e que não teriam como devolver o dinheiro", diz Fabiano Nishio, 22, da comissão de formatura da turma, que já tinha pago 70% das parcelas.
A festa só aconteceu porque os alunos se uniram e renegociaram todos os contratos com os fornecedores que trabalhariam na festa.
"Só acreditamos que a festa estava acontecendo na hora. Na véspera a gente ainda não tinha certeza de se tudo ia dar certo", diz Nishio. "Pagamos para não ter trabalho e, no final, tivemos que trabalhar tanto que nem aproveitamos a festa direito", afirma.
Segundo Miriam Nassif, técnica de serviços do Procon, o maior número de registros relativos a formaturas que a fundação recebe diz respeito a prazos de rescisão de contratos.
Segundo ela, muitas empresas estabelecem prazos curtos para que o contrato possa ser desfeito. O resultado é que alunos que repetem de ano e não podem se formar acabam tendo que pagar pela festa.
"Às vezes eles põem no contrato que ele só pode ser desfeito com um ano de antecedência e a pessoa nem sabe porque o contrato é assinado pela comissão de formatura e os outros alunos nem leram o contrato", diz Miriam.
Outro problema que é motivo de muitas reclamações é a cobertura fotográfica da festa. Algumas empresas proíbem que amigos e parentes do formando levem câmeras, para que todas as fotos sejam feitas pelo fotógrafo que foi contratado pela empresa.
Outra cláusula do contrato que dá problemas, segundo Miriam, é a que obriga os alunos a comprarem todas as fotos que foram feitas. "Eles obrigam as pessoas a comprarem os álbuns por preços abusivos. Isso pode causar sérios danos ao consumidor", diz.
Segundo ela, algumas empresas não informam quanto vai custar o álbum de fotografias no contrato. "O consumidor que não pode levar sua própria máquina acaba comprando as fotos mesmo se o preço for muito alto", diz.


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