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PATRIMÔNIO
Documento aponta infiltrações e fissuras que comprometem a estrutura no Ibirapuera e ameaçam visitantes
Marquise do Ibirapuera traz riscos, diz laudo
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem reforma geral desde a inauguração, em 1954, a marquise do
parque Ibirapuera, um dos principais monumentos de São Paulo,
apresenta infiltrações e fissuras
que já comprometem sua estrutura e oferecem riscos ao visitante,
revela avaliação de engenharia
elaborada em dezembro e janeiro.
Segundo a Secretaria do Verde e
do Meio Ambiente, uma parte da
marquise foi interditada por prevenção em razão dos problemas
de infiltração encontrados.
O trabalho foi usado para amparar uma proposta de reforma e
requalificação da marquise, projeto de R$ 10,7 milhões já aprovado pelos órgãos municipal (Conpresp) e estadual (Condephaat)
do patrimônio histórico. O projeto prevê também a retirada dos
banheiros sob a marquise, não
previstos no projeto original.
Ele foi apresentado aos órgãos
pela secretaria, que administra o
parque. A obra só começará após
o projeto passar pelos mesmos
conselhos, o que não há previsão.
Segundo o laudo, não há risco
de a estrutura desabar, mas podem cair pedaços de concreto.
Esses problemas são provocados pela falta de manutenção ao
longo dos 52 anos da marquise,
além da chuva ácida na cidade, do
desgaste natural do material e de
intervenções inadequadas. O piso
sob a marquise apresenta buracos
e afundamentos.
O serviço a ser realizado prevê a
retirada do excesso de peso sobre
a laje, o conserto da estrutura em
concreto e aço, o reforço dos pilares e a instalação de cabos onde
uma estrutura se rompeu.
Outros itens falam da necessidade de colocar um novo sistema
de impermeabilização, com PVC,
no ""telhado" da marquise, e material antiderrapante no piso.
"A obra, como está, apresenta
riscos de colapsos parciais e riscos
à integridade dos usuários", afirma o engenheiro Paulo Barbosa,
da empresa PhD, que assina o documento obtido pela Folha.
Segundo a Secretaria do Verde,
a empresa se ofereceu para fazer o
diagnóstico do estado da marquise e fez um contrato de risco.
"A empresa tem interesse em
entrar com projeto de recuperação da marquise na Lei Rouanet
para captar recursos", diz nota da
secretaria divulgada ontem.
Pela lei, a empresa pode apresentar o projeto ao Ministério da
Cultura e buscar recursos na iniciativa privada, com desconto no
Imposto de Renda do valor aplicado no projeto aprovado.
"Brevidade"
As conclusões do relatório foram chanceladas pelo engenheiro
José Henrique Costa Seraphim,
do DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) da Secretaria
Municipal da Cultura. Para ele, os
serviços devem ser feitos ""com a
maior brevidade possível".
O trabalho aponta ainda a necessidade de, no futuro, uma manutenção periódica para evitar
que os problemas retornem.
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