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Berenice Gianella, secretária-adjunta das Administrações Penitenciárias, será empossada amanhã
Procuradora ligada ao sistema prisional assume a Febem
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Em meio a uma das piores crises
da Febem, o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) nomeou uma
procuradora ligada ao sistema penitenciário para a presidência da
Febem. Berenice Maria Gianella,
secretária-adjunta da Secretaria
da Administração Penitenciária,
assume a nova função amanhã.
Ela, que foi corregedora-geral
do Sistema Penitenciário do Estado, assume o cargo na pior crise
da instituição, que acumula 1.022
fugas e 28 rebeliões neste ano.
A escolha de Gianella para assumir a presidência da instituição
foi criticada pela Amar (Associação de Mães da Febem) e recebida
"com cautela" pela Promotoria da
Infância e Juventude.
A fundação estava sem presidente definitivo desde o dia 14 de
maio, quando o promotor Alexandre de Moraes -também responsável pela Secretaria da Justiça
e Defesa da Cidadania- deixou o
cargo para assumir uma vaga no
Conselho Nacional de Justiça.
A gestão de Moraes na presidência da Febem, que teve início
em agosto de 2004, enfrentou várias denúncias de descontrole e
foi amplamente criticada. Foi na
presidência dele que a fundação
registrou o primeiro caso confirmado de estupro a uma funcionária, no último dia 11 de março.
Para o Ministério Público, o
descontrole da fundação ocorreu
depois da demissão de 1.751 funcionários em fevereiro deste ano
para se livrar dos chamados funcionários espancadores.
Segundo os promotores, os funcionários que assumiram os cargos eram inexperientes, o que fez
com que os internos tomassem o
controle de unidades.
Em nota oficial, o governador
pede que Gianella aprofunde a regionalização da Febem e amplie
cursos profissionalizantes oferecidos mesmo após a desinternação. "Acreditamos na recuperação do jovem em conflito com a
lei. Doutora Berenice tem todas as
condições de fazer avançar o trabalho realizado até agora pelo governo do Estado", diz Alckmin.
Gianella, 41, foi uma das responsáveis, na Secretaria da Administração Penitenciária, pelas parcerias com ONGs na administração
de unidades prisionais. No total,
6.600 presos são mantidos nesses
estabelecimentos.
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