São Paulo, domingo, 05 de junho de 2005

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Berenice Gianella, secretária-adjunta das Administrações Penitenciárias, será empossada amanhã

Procuradora ligada ao sistema prisional assume a Febem

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Em meio a uma das piores crises da Febem, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) nomeou uma procuradora ligada ao sistema penitenciário para a presidência da Febem. Berenice Maria Gianella, secretária-adjunta da Secretaria da Administração Penitenciária, assume a nova função amanhã.
Ela, que foi corregedora-geral do Sistema Penitenciário do Estado, assume o cargo na pior crise da instituição, que acumula 1.022 fugas e 28 rebeliões neste ano.
A escolha de Gianella para assumir a presidência da instituição foi criticada pela Amar (Associação de Mães da Febem) e recebida "com cautela" pela Promotoria da Infância e Juventude.
A fundação estava sem presidente definitivo desde o dia 14 de maio, quando o promotor Alexandre de Moraes -também responsável pela Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania- deixou o cargo para assumir uma vaga no Conselho Nacional de Justiça.
A gestão de Moraes na presidência da Febem, que teve início em agosto de 2004, enfrentou várias denúncias de descontrole e foi amplamente criticada. Foi na presidência dele que a fundação registrou o primeiro caso confirmado de estupro a uma funcionária, no último dia 11 de março.
Para o Ministério Público, o descontrole da fundação ocorreu depois da demissão de 1.751 funcionários em fevereiro deste ano para se livrar dos chamados funcionários espancadores.
Segundo os promotores, os funcionários que assumiram os cargos eram inexperientes, o que fez com que os internos tomassem o controle de unidades.
Em nota oficial, o governador pede que Gianella aprofunde a regionalização da Febem e amplie cursos profissionalizantes oferecidos mesmo após a desinternação. "Acreditamos na recuperação do jovem em conflito com a lei. Doutora Berenice tem todas as condições de fazer avançar o trabalho realizado até agora pelo governo do Estado", diz Alckmin.
Gianella, 41, foi uma das responsáveis, na Secretaria da Administração Penitenciária, pelas parcerias com ONGs na administração de unidades prisionais. No total, 6.600 presos são mantidos nesses estabelecimentos.

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