São Paulo, sexta-feira, 05 de junho de 2009

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Cabral diz que há "responsabilidades civis sérias"

DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), cobrou a responsabilidade da empresa fabricante do Airbus-330 ou da companhia aérea Air France na queda do avião do voo 447. "Isso não é uma tragédia natural. Não há uma explicação que não seja por uma falha técnica muito grave", disse, ao chegar à igreja da Candelária para a cerimônia ecumênica em homenagem aos passageiros.
"Acredito que é preciso fazer uma investigação profunda do ponto de vista técnico desse caso. Acredito que as autoridades internacionais da aviação civil, a empresa fabricante do avião e a companhia aérea proprietária da aeronave têm muito a explicar. Porque se há uma nota técnica de problemas no A-330, há responsabilidades civis sérias", disse o governador.
Cabral falava sobre o fato de que o mesmo modelo de aeronave teve duas panes na Austrália em 2008. A FAA (órgão que regulamenta o setor nos EUA) emitiu, em março, um alerta aos pilotos de aviões A-330 e A-340 sobre possíveis problemas em um equipamento do avião que poderiam causar mergulhos durante o voo.
"Como acontece isso com uma aeronave desse porte? Tem que ser investigado [o acidente] pela Airbus, pelas autoridades francesas e brasileiras para que isso não se repita", afirmou Cabral.

Solidariedade
Na cerimônia também estavam presentes os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e da França, Bernard Kouchner, que disse trazer os votos do presidente Nicolas Sarkozy. "Vim de Paris para lhes dizer que hoje em ambos os lados do Atlântico o sofrimento e a dor são os mesmos.", disse Kouchner.
Amorim afirmou que expressou em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva "sentimento de dor e solidariedade com os familiares".
Emocionado, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) chorou durante seu discurso. Uma das vítimas do acidente foi Marcelo Parente, chefe de gabinete da prefeitura e amigo de Paes havia muitos anos.
O prefeito leu uma mensagem, escrita por um amigo não identificado, em que ele afirma que a chuva de segunda-feira era como "lágrimas de Deus" pelo acidente. Em outro trecho, o autor da carta escreveu: "Aos poucos, acredito ter perdido um amigo que há alguns anos me acalmou, me orientou e, nas devidas proporções, até me salvou de um momento difícil. Tudo que queria hoje é poder retribuir."


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