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Cabral diz que há "responsabilidades civis sérias"
DA SUCURSAL DO RIO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
O governador do Rio, Sérgio
Cabral (PMDB), cobrou a responsabilidade da empresa fabricante do Airbus-330 ou da
companhia aérea Air France na
queda do avião do voo 447. "Isso não é uma tragédia natural.
Não há uma explicação que não
seja por uma falha técnica muito grave", disse, ao chegar à
igreja da Candelária para a cerimônia ecumênica em homenagem aos passageiros.
"Acredito que é preciso fazer
uma investigação profunda do
ponto de vista técnico desse caso. Acredito que as autoridades
internacionais da aviação civil,
a empresa fabricante do avião e
a companhia aérea proprietária
da aeronave têm muito a explicar. Porque se há uma nota técnica de problemas no A-330, há
responsabilidades civis sérias",
disse o governador.
Cabral falava sobre o fato de
que o mesmo modelo de aeronave teve duas panes na Austrália em 2008. A FAA (órgão
que regulamenta o setor nos
EUA) emitiu, em março, um
alerta aos pilotos de aviões A-330 e A-340 sobre possíveis
problemas em um equipamento do avião que poderiam causar mergulhos durante o voo.
"Como acontece isso com
uma aeronave desse porte?
Tem que ser investigado [o acidente] pela Airbus, pelas autoridades francesas e brasileiras
para que isso não se repita",
afirmou Cabral.
Solidariedade
Na cerimônia também estavam presentes os ministros das
Relações Exteriores do Brasil,
Celso Amorim, e da França,
Bernard Kouchner, que disse
trazer os votos do presidente
Nicolas Sarkozy. "Vim de Paris
para lhes dizer que hoje em ambos os lados do Atlântico o sofrimento e a dor são os mesmos.", disse Kouchner.
Amorim afirmou que expressou em nome do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva "sentimento de dor e solidariedade
com os familiares".
Emocionado, o prefeito
Eduardo Paes (PMDB) chorou
durante seu discurso. Uma das
vítimas do acidente foi Marcelo
Parente, chefe de gabinete da
prefeitura e amigo de Paes havia muitos anos.
O prefeito leu uma mensagem, escrita por um amigo não
identificado, em que ele afirma
que a chuva de segunda-feira
era como "lágrimas de Deus"
pelo acidente. Em outro trecho,
o autor da carta escreveu: "Aos
poucos, acredito ter perdido
um amigo que há alguns anos
me acalmou, me orientou e, nas
devidas proporções, até me salvou de um momento difícil. Tudo que queria hoje é poder retribuir."
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