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MÁFIA DA PROPINA
Idéia é dificultar prorrogação por prazo curto; governistas cogitam pôr suplente no lugar dos impedidos de votar
PT quer impugnar mais 7 votos contra CPI
ROGÉRIO GENTILE
da Reportagem Local
O PT vai tentar
impugnar o voto de mais sete
vereadores governistas contra
os quais há indícios de envolvimento em irregularidades.
O objetivo é tentar impedir que a
situação consiga reunir na próxima semana os votos suficientes para acabar definitivamente com a
CPI da máfia da propina.
Na última quarta-feira, o Tribunal de Justiça atendeu ação do PT,
anulando provisoriamente a prorrogação da CPI por apenas três
dias -prazo que representou manobra dos governistas, já que a investigação só pode ser prorrogada
uma vez e a oposição queria estendê-la por até 90 dias.
A decisão foi tomada porque
participaram da votação quatro
parlamentares investigados pela
CPI -Maeli Vergniano (sem partido), Osvaldo Enéas (Prona), Vicente Viscome (sem partido) e José
Izar (PFL).
Sem seus votos, os governistas
não teriam obtido a maioria absoluta (28 dos 55 votos), quórum
previsto pelo Regimento Interno
da Câmara -irregularidade também apontada pelo TJ.
Segundo o desembargador Amador da Cunha Bueno Netto, vice-presidente do TJ, a CPI poderá
prosseguir até o julgamento do
mérito ou até a realização de uma
nova votação, sem os quatro e por
maioria absoluta dos votos.
O PT estuda pedir um mandado
de segurança preventivo à Justiça
para evitar que os vereadores Wadih Mutran, Cosme Lopes e Dito
Salim (PPB), Maria Helena e Toninho Paiva (PL), Faria Lima (sem
partido) e Bruno Feder (PTB) possam participar da votação.
Segundo o PT, há contra eles indícios de envolvimento em irregularidades, o que os torna alvos da
CPI e impossibilitados de votar.
A estratégia vai ser discutida na
segunda-feira. É possível também
que o partido prefira fazer um requerimento ao presidente da Câmara, Armando Mellão, pedindo a
exclusão dos parlamentares.
Para o vereador Paulo Frange
(PPB), o PT "está jogando sujo".
Segundo ele, não há nenhuma prova contra os vereadores citados.
Para a nova votação, a situação
vai argumentar que 26 votos, e não
28, são suficientes para haver
maioria absoluta. Isso porque,
com quatro vereadores vetados, o
número total cairia de 55 para 51.
O desembargador Amador da
Cunha Bueno Netto disse à Folha
que, mesmo com a exclusão dos
quatro, serão necessários 28 votos.
Como saída, a situação tentará o
apoio de quatro vereadores que
votam com o governo, mas que
nessa questão seguiram a oposição. Outra possibilidade será substituir os vetados pelos suplentes.
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