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SAÚDE
Wladimir Alberto Santos conseguiu enganar uma clínica pediátrica e um grande hospital particular da zona norte de SP
Ex-PM é preso por se passar por médico
DA REPORTAGEM LOCAL
Um falso médico conseguiu enganar uma clínica pediátrica e pelo menos um grande hospital particular da zona norte da capital
paulista. O ex-PM Wladimir Alberto Santos, 35, preso em flagrante na madrugada de ontem,
foi admitido para dar plantão no
Centro Médico da Infância e no
Hospital e Maternidade Voluntários. Ele utilizava um registro profissional falso.
Segundo o Conselho Regional
de Medicina do Estado de São
Paulo, é dever dos responsáveis
de hospitais e clínicas conferir a
autenticidade do registro no conselho antes de contratar médicos.
O órgão acompanhará o caso para verificar possíveis irregularidades no hospital e na clínica.
De acordo com o boletim de
ocorrência registrado no 20ยบ Distrito Policial (Água Fria), Santos
apresentava-se também como
médico do Hospital Presidente,
do Hospital das Clínicas da USP,
do Hospital Santo Antônio e do
Inepro Centro Integrado de Saúde. À polícia, Santos apresentou-se como acupunturista.
A assessoria de imprensa do
Hospital das Clínicas negou que
Santos tenha trabalhado como
médico no Instituto da Criança.
Informou que ele fez parte do
conselho familiar, grupo de voluntários que dá apoio e orientação a famílias de pacientes.
Os hospitais Presidente e Santo
Antônio não atenderam ao pedido da reportagem para ligar de
volta. A Folha não localizou os
responsáveis pelo Inepro.
O advogado de Santos não foi
localizado. O telefone da casa do
falso profissional não atendia ontem. Segundo a polícia, ele não
iria comentar o caso.
O ex-PM foi indiciado por falsificar documento público, uso de
documento falso, exercício ilegal
da medicina e falsidade ideológica. Em sua casa foram apreendidas fitas de vídeo, crachás e aventais de hospitais.
Funcionários do Centro Médico
da Infância abordaram policiais
do GOE (Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil por volta
das 20h30 de anteontem e avisaram sobre o falso profissional. Segundo um funcionário, que não
quis se identificar, Santos estava
em período de experiência, supervisionado por outros profissionais, e, somados os plantões, trabalhou dois dias seguidos.
O falso médico apresentou o registro no conselho de medicina,
mas teria demorado para apresentar o restante da documentação para o contrato. A clínica suspeitou e resolveu consultar o conselho. Descobriu que o registro
era falso.
O diretor-presidente do Hospital Voluntários, Francisco Tortorelli, disse que Santos realizou um
plantão de 12 horas. Ele foi admitido para o ambulatório de acupuntura da unidade da Cantareira
a partir de uma carta de recomendação do Complexo Hospitalar
do Mandaqui. "Os médicos desconfiaram", disse.
O então funcionário foi chamado para uma conversa na diretoria e o hospital consultou o Mandaqui. Descobriu que a carta era
falsa, mas Santos já tinha desaparecido.
(FABIANE LEITE)
Colaborou JOÃO CARLOS SILVA, da Reportagem Local
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