São Paulo, sexta-feira, 05 de julho de 2002

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GREVE NA USP

Movimento dura 65 dias Alunos de letras vão manter paralisação

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP rejeitaram a proposta fechada pela comissão tripartite (alunos, professores e reitoria) e mantiveram por tempo indeterminado a greve que já dura 65 dias. A continuidade da paralisação foi rejeitada por menos de cinco das cerca de 700 pessoas que lotaram na noite de ontem o anfiteatro Camargo Guarnieri. A FFCLTE 12.000 alunos.
Professores e estudantes da pós-graduação decidiram manter o apoio ao movimento.
A oferta da comissão tripartite incluía a contratação de 91 novos professores em regime de dedicação exclusiva para a FFCCH, sendo 45 neste ano e 46 até 2004. Os alunos, entretanto, mantém a reivindicação de 259 docentes.
Os professores da unidade pediam 115 novas vagas e, em um primeiro momento, havuiam se mostrado, em geral, satisferitos com a proposta da comissão.
Ontem, porém, na reunião da congregação, optaram por questionar os critérios usados pela reitoria para chegar ao número de 91 novos docentes, e propor uma retomada imediata das negociações.
Tanto professores quanto alunos criticam o fato da reitoria ter adotado como base para o cálculo das vagas a serem oferecidas, uma carga horária de oito horas semanais de aula, quando um decreto da USP determina a carga máxima de seis horas/aula e duas horas de atividades extra-classe. Seguindo esses parâmetros, deveriam ser oferecidos a FFLCH 185 o novos professores.
A Folha não conseguiu ouvir a reitoria na noite de ontem. Naúltima terça-feira, entretando, pró-reitor de pesquisa e membro da comissão tripartite, Luiz Nunes de Oliveira, disse que 91 professores eram o máximo que a direção poderia oferecer para a unidade. Afirmou, porém, que a reitoria não estava fechada para novas negociações.
A FFLCH tem hoje, segundo a diretoria da unidade, uma média de 35,2 alunos por professor, quando a da USP é de 14 para 1. Professores reclamam por darem aulas para até mais de 200 pessoas, mas a reitoria afirma que alguns docentes não dão toda a carga horária prevista e há problemas na grade de disciplinas.

Vitória e força
Na assembléia de ontem, quase todos os 60 alunos que se manifestaram, defenderam que o movimento de greve da FFLCH já é vitorioso e ainda tem força para se manter, embora a USP esteja, até o final deste mês, em período de férias.
Na avaliação da maioria dos estudantes, é preciso agora retomar a mobiliczação em torno de atos públicos, programar um calendário de eventos para julho e preparar a continuidade da greve em agosto.



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