|
Texto Anterior | Índice
GREVE NA USP
Movimento dura 65 dias Alunos de letras vão manter paralisação
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os estudantes da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas) da USP rejeitaram a proposta fechada pela comissão tripartite (alunos, professores e reitoria) e mantiveram por
tempo indeterminado a greve que
já dura 65 dias. A continuidade da
paralisação foi rejeitada por menos de cinco das cerca de 700 pessoas que lotaram na noite de ontem o anfiteatro Camargo Guarnieri. A FFCLTE 12.000 alunos.
Professores e estudantes da pós-graduação decidiram manter o
apoio ao movimento.
A oferta da comissão tripartite
incluía a contratação de 91 novos
professores em regime de dedicação exclusiva para a FFCCH, sendo 45 neste ano e 46 até 2004. Os
alunos, entretanto, mantém a reivindicação de 259 docentes.
Os professores da unidade pediam 115 novas vagas e, em um
primeiro momento, havuiam se
mostrado, em geral, satisferitos
com a proposta da comissão.
Ontem, porém, na reunião da
congregação, optaram por questionar os critérios usados pela reitoria para chegar ao número de 91
novos docentes, e propor uma retomada imediata das negociações.
Tanto professores quanto alunos criticam o fato da reitoria ter
adotado como base para o cálculo
das vagas a serem oferecidas, uma
carga horária de oito horas semanais de aula, quando um decreto
da USP determina a carga máxima de seis horas/aula e duas horas
de atividades extra-classe. Seguindo esses parâmetros, deveriam
ser oferecidos a FFLCH 185 o novos professores.
A Folha não conseguiu ouvir a
reitoria na noite de ontem. Naúltima terça-feira, entretando, pró-reitor de pesquisa e membro da
comissão tripartite, Luiz Nunes
de Oliveira, disse que 91 professores eram o máximo que a direção
poderia oferecer para a unidade.
Afirmou, porém, que a reitoria
não estava fechada para novas negociações.
A FFLCH tem hoje, segundo a
diretoria da unidade, uma média
de 35,2 alunos por professor,
quando a da USP é de 14 para 1.
Professores reclamam por darem
aulas para até mais de 200 pessoas, mas a reitoria afirma que alguns docentes não dão toda a carga horária prevista e há problemas na grade de disciplinas.
Vitória e força
Na assembléia de ontem, quase
todos os 60 alunos que se manifestaram, defenderam que o movimento de greve da FFLCH já é
vitorioso e ainda tem força para se
manter, embora a USP esteja, até
o final deste mês, em período de
férias.
Na avaliação da maioria dos estudantes, é preciso agora retomar
a mobiliczação em torno de atos
públicos, programar um calendário de eventos para julho e preparar a continuidade da greve em agosto.
Texto Anterior: Ambiente: Campanha pede veto a mudança em legislação Índice
|