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IBIRAPUERA
Parque não sofreria danos, diz o texto de decisão; Promotoria vai recorrer
Juiz decide que obra de auditório pode começar
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de ouvir, ontem à tarde,
os argumentos do Ministério Público e da Secretaria Municipal do
Verde e do Meio Ambiente, o juiz
Rômulo Russo Júnior, da 5ª Vara
da Fazenda Pública, negou a liminar que pedia a proibição das
obras de construção do auditório
do parque Ibirapuera (zona sul).
Isso significa que elas podem
ser iniciadas enquanto corre a
ação civil pública proposta pelo
promotor Luiz Antônio de Souza.
Ele disse que vai recorrer da decisão no início da próxima semana.
Parte do projeto original do arquiteto Oscar Niemeyer para o
Ibirapuera, o auditório de 4.870
m2, estimado em US$ 7 milhões,
deve ser construído com o patrocínio da empresa de telefonia
TIM. A Prefeitura de São Paulo
quer que ele esteja pronto em
2004, quando a cidade completa
450 anos e o parque, 50.
Russo Júnior entendeu que
"não está comprovado [...] que há
a probabilidade de dano direto,
indireto, potencial, histórico ou
futuro ao ambiente" em decorrência da construção do prédio.
Exigiu, porém, que o município
entregue, em 20 dias, o estudo de
viabilidade ambiental da obra.
O principal argumento da Promotoria de Meio Ambiente da
Capital contra o auditório é que
ele fere a resolução do Condephaat (órgão estadual de proteção
ao patrimônio), que tombou o
Ibirapuera em 1992. Na interpretação de Souza, a resolução proíbe aumento da área construída.
Mas o próprio conselho veio a
público negar que a resolução vete a construção do auditório porque, constando do projeto de Niemeyer, atende à motivação do
tombamento, cujo objetivo é proteger as áreas verdes e o conjunto
arquitetônico do parque, sem diferença hierárquica entre eles. Tal
posição foi reiterada ontem, perante o juiz, pelo procurador do
Estado Egídio Carlos da Silva.
Para a prefeitura, o auditório é o
"fio condutor do ordenamento
dos usos do Ibirapuera", uma vez
que, ao retirar os shows de música
da praça da Paz, deve consolidar
uma linha divisória entre as áreas
de lazer contemplativo e de atividades culturais do parque.
O secretário do Verde e do Meio
Ambiente, Adriano Diogo, recebeu a notícia da negação da liminar com alegria, mas com cautela.
Segundo ele, o que o município
quer agora é que as obras do auditório corram em paz e que seja
possível entrar em acordo com o
Ministério Público para a suspensão da ação civil pública proposta.
A TIM não quis comentar o caso.
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