São Paulo, terça-feira, 05 de julho de 2011 |
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ENTREVISTA Crime de ódio é arbitrário, afirma pesquisador da USP COLABORAÇÃO PARA A FOLHA A grande característica dos "crimes de ódio" é a arbitrariedade na escolha das vítimas. É o que diz o coordenador do Núcleo de Estudos da Violência da USP, Sérgio Adorno. Folha - Os agredidos foram tomados por nordestinos e não são. O que fundamenta esses crimes, se o "inimigo" nem é conhecido? Sérgio Adorno - A grande característica é a arbitrariedade. Eles se baseiam em preconceitos, em noções do senso comum, para identificar aqueles que seriam supostamente objeto do ódio. Isso é típico dos regimes ditatoriais, onde há esse tipo de comportamento, que só se reforça por causa dessa arbitrariedade corrente. Por que uma mulher branca também foi vítima? Pode haver um componente forte de misoginia. Pode haver a intolerância contra todas as diferenças -de gênero, etnia, cor da pele, procedência regional- ao mesmo tempo. Esses elementos acabam uns potencializando os outros. Quais desses "tipos" de ódio têm crescido mais? Não temos dados para afirmar. O que temos visto é que os casos têm sido denunciados com maior frequência. Eventos como a Parada Gay tornam o debate mais sensível e obrigam as pessoas a se posicionar. Isso pode fazer alguns grupos se sentirem ameaçados e reagirem. Texto Anterior: Vítimas dizem que ataque de skinheads foi violência gratuita Próximo Texto: Preso, acusado de agressão liderava grupo de neonazistas Índice | Comunicar Erros |
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