DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário João Paulo Diniz se perdeu da namorada, a modelo Fernanda Vogel, quando os dois tentavam nadar em direção à praia, após a queda do helicóptero a 5 km do continente. Estava escuro, mar revolto, ventava e chovia muito naquele início de noite. ""Passei a nadar em todas as direções, desesperado, e não a achava. Foi horrível", disse ele em entrevista à revista "Veja".
Até então, Diniz conta que tentava encorajar a modelo a continuar dando braçadas. Nadava à frente dela e voltava para buscá-la. "Vamos", gritava ele. ""Estou cansada, estou cansada...", respondia Fernanda.
"Eu me distanciava cinco ou dez metros, no máximo. Chamava por ela e, ao ouvir a resposta, voltava para buscá-la. Fiz isso algumas vezes. Em determinado momento, chamei por Fernanda e não ouvi resposta. Voltei para pegá-la assim mesmo, mas não havia ninguém. De repente, Fernanda respondeu, mas o som vinha de outra direção. A escuridão era total. Nadei rumo ao som, mas não a encontrei. Nadei por dez minutos, em círculos, mas não a localizei. Resolvi então nadar até a praia em busca de ajuda."
A modelo, segundo o empresário, fumava muito e tinha pouco preparo físico. Diferente dele.
O vôo de São Paulo a Maresias, no litoral, foi descrito por Diniz como tranquilo, sem turbulência, apesar do ciclone que os pegou. "De repente, estávamos debaixo d'água, de ponta-cabeça e no escuro", conta. Dentro da água, de mãos dadas com Fernanda, recorda que não via o rosto dela.
O piloto do helicóptero, Ronaldo Jorge Ribeiro, segundo o empresário, entrou em pânico assim que a aeronave caiu. ""Vou morrer, vou morrer", gritava ele.

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