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INFÂNCIA
Programa da Abrinq beneficia 2.263 crianças
DA REPORTAGEM LOCAL
Em regiões de São Paulo apontadas pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados)
como locais onde os jovens estão
mais sensíveis à possibilidade de
serem envolvidos em algum processo de transgressão, iniciativas
que recebem recursos do Programa Nossas Crianças da Fundação
Abrinq oferecem diferentes alternativas de vida às crianças e aos
adolescentes.
O Programa Nossas Crianças
tem hoje 1.132 doadores e beneficia diretamente 2.263 crianças em
46 entidades. A verba mensal é de
cerca de R$ 190 mil. Na região metropolitana de São Paulo, está presente em 19 municípios. Cinquenta entidades que recebiam recursos do programa já se autonomizaram -ao todo são 33.384
crianças beneficiadas.
Uma dessas entidades é o Projeto Arrastão, que atua na região do
Campo Limpo (zona sul de São
Paulo), propiciando atendimento
socio-educacional e cultural a 638
crianças. "Somos um projeto de
complementação da escola. O
nosso arrastão é do bem", diz a
presidente do projeto, Vera Masagão Ribeiro. Segundo ela, a concorrência é dura: jovens que trabalham com traficantes da região
ganham R$ 300 por semana.
Do tambor feito de um galão de
plástico sai o som que fez Robson
Andrade dos Santos, 19, descobrir
que queria fazer música. Há três
anos, passou a fazer parte do Arrasta Lata, grupo musical do Arrastão que utiliza instrumentos
feitos com material reciclado.
Além da música, o rapaz conta
que faz trabalhos relacionados a
esportes, vídeo, atendimento e
serviços administrativos.
"Minha vida mudou. Senão estivesse aqui, poderia estar no crime ou na droga", diz. Ele conta
que o irmão, que tem 15 anos,
apresenta um histórico de roubos
e furtos. "Tento trazer ele pra cá,
mas não posso forçar."
"O projeto é a minha história.
Sem ele, não sei como seria minha
vida. Hoje, talvez, eu já fosse
mãe", afirma Ariana Marilda da
Silva, 17, que aos dois anos e meio
já frequentava o espaço infantil do
Projeto Arrastão. Ela cursa o segundo ano do ensino médio e tem
planos de se formar em pedagogia. À tarde, trabalha com crianças na brinquedoteca do Arrastão. "Quero passar o que vivi para
outras pessoas", diz.
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