São Paulo, segunda-feira, 05 de agosto de 2002

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INFÂNCIA

Programa da Abrinq beneficia 2.263 crianças

DA REPORTAGEM LOCAL

Em regiões de São Paulo apontadas pela Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) como locais onde os jovens estão mais sensíveis à possibilidade de serem envolvidos em algum processo de transgressão, iniciativas que recebem recursos do Programa Nossas Crianças da Fundação Abrinq oferecem diferentes alternativas de vida às crianças e aos adolescentes.
O Programa Nossas Crianças tem hoje 1.132 doadores e beneficia diretamente 2.263 crianças em 46 entidades. A verba mensal é de cerca de R$ 190 mil. Na região metropolitana de São Paulo, está presente em 19 municípios. Cinquenta entidades que recebiam recursos do programa já se autonomizaram -ao todo são 33.384 crianças beneficiadas.
Uma dessas entidades é o Projeto Arrastão, que atua na região do Campo Limpo (zona sul de São Paulo), propiciando atendimento socio-educacional e cultural a 638 crianças. "Somos um projeto de complementação da escola. O nosso arrastão é do bem", diz a presidente do projeto, Vera Masagão Ribeiro. Segundo ela, a concorrência é dura: jovens que trabalham com traficantes da região ganham R$ 300 por semana.
Do tambor feito de um galão de plástico sai o som que fez Robson Andrade dos Santos, 19, descobrir que queria fazer música. Há três anos, passou a fazer parte do Arrasta Lata, grupo musical do Arrastão que utiliza instrumentos feitos com material reciclado. Além da música, o rapaz conta que faz trabalhos relacionados a esportes, vídeo, atendimento e serviços administrativos.
"Minha vida mudou. Senão estivesse aqui, poderia estar no crime ou na droga", diz. Ele conta que o irmão, que tem 15 anos, apresenta um histórico de roubos e furtos. "Tento trazer ele pra cá, mas não posso forçar."
"O projeto é a minha história. Sem ele, não sei como seria minha vida. Hoje, talvez, eu já fosse mãe", afirma Ariana Marilda da Silva, 17, que aos dois anos e meio já frequentava o espaço infantil do Projeto Arrastão. Ela cursa o segundo ano do ensino médio e tem planos de se formar em pedagogia. À tarde, trabalha com crianças na brinquedoteca do Arrastão. "Quero passar o que vivi para outras pessoas", diz.



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