São Paulo, quinta-feira, 05 de agosto de 2004

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FRAUDE BANCÁRIA

Em depoimento, empresário detido no Rio Grande do Sul disse que dinheiro seria usado em campanha eleitoral

Polícia investiga golpe de R$ 72 mi contra BB

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A polícia gaúcha prendeu duas pessoas e investiga as contas de mais cerca de 25 por suspeita de participação em um golpe pelo qual houve transferência fraudulenta de R$ 72 milhões do Banco do Brasil a partir de uma agência no interior de Goiás. Os detidos, cujos nomes foram mantidos em sigilo pelo delegado Antônio Guimarães, foram liberados após prestar depoimento.
Um deles é empresário e disse, ao depor na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, que iria receber cerca de R$ 750 mil como pagamento por ter emprestado uma conta para a quadrilha. Sua prisão ocorreu anteontem, quando ele tentava transferir dinheiro em sua agência, na avenida Assis Brasil, zona norte de Porto Alegre. O dinheiro do golpe, segundo ele relatou à polícia, seria destinado à campanha eleitoral. Não esclareceu de quem.
O outro preso é uma mulher, que foi detida anteontem na agência do Banco do Brasil na Rua Uruguai -centro de Porto Alegre- depois de ter feito um saque de R$ 5.000,00.
"Estamos só no começo da investigação. Há muito "laranja" nisso. Os dois detidos são laranjas. Por isso não revelamos seus nomes. Queremos chegar aos grandes, em quem está por trás, de onde eles são", afirmou à Agência Folha o policial Gilnei Fontoura, da seção de investigações.
Dentre os 25 titulares de contas do Banco do Brasil que estão sendo investigados pela polícia, há pessoas de Porto Alegre e Novo Hamburgo (a 40 km da capital gaúcha). Nas duas cidades também seriam movimentadas contas da quadrilha.
Está sendo investigada, também, a participação de funcionários do banco.
O Banco do Brasil não se pronunciou ontem sobre o caso.
A investigação, que teve início a partir de suspeitas manifestadas pelo próprio banco em Brasília, corre sob sigilo.
Dentro da própria Secretaria da Justiça e da Segurança do Estado, havia informações desencontradas a respeito.


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