São Paulo, sábado, 05 de agosto de 2006

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Bastos confirma 40 vagas para SP em presídio federal

Ministro não identificou quem seria transferido e disse que solicitação foi feita por "escalão médio" do governo estadual

Nove Estados do país já manifestaram interesse em enviar criminosos para a penitenciária de segurança máxima em Catanduvas


MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, confirmou ontem que o presídio federal de segurança máxima de Catanduvas (PR) tem 40 vagas à disposição do governo de São Paulo. O ministro não citou nenhum nome de criminoso nem falou em lista.
""Nós oferecemos ao governador [de São Paulo] Cláudio Lembo 40 vagas, que foi o que tinha sido pedido pelos escalões médios [do governo] de São Paulo. Essas 40 vagas em Catanduvas estão à disposição deles. Tenho certeza de que a conveniência e a oportunidade [da transferência] eles vão decidir no momento que lhes parecer oportuno."
Bastos deu a informação durante uma coletiva no Palácio Iguaçu, em Curitiba, depois de assinar convênio de cooperação com o governo do Paraná, de repasse R$ 10,7 milhões para construção de um novo presídio estadual e mais R$ 1,2 milhão para equipar o Corpo de Bombeiros.
O ministro afirmou que não pretendia rebater as críticas de Lembo sobre as vagas em presídios federais não atenuarem a crise nos presídios paulistas. Anteontem, em entrevista a uma rádio, o governador afirmou que as vagas não resolveriam "absolutamente nada".
"Não se pode discutir segurança pública pela televisão e pelas rádios nem fazer disso uma disputa eleitoral", afirmou o ministro.
Segundo ele, São Paulo ""terá reservadas as vagas que precisar". ""Segurança pública é assunto muito sério: morre gente, gente sofre, de modo que não pode ser objeto de disputa eleitoral nem de guerra política."
A unidade de segurança máxima em Catanduvas foi inaugurada há 44 dias. Com vaga para 208 presos, guarda apenas o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, transferido há 18 dias.
Segundo Thomaz Bastos, o governo federal ""não tem nenhuma pressa em encher a penitenciária". Ele informou que há pedidos de nove Estados para transferência de presos.
Disse que os pedidos ainda são analisados pela Justiça dos Estados. Depois seguem para o Departamento Penitenciário do Ministério da Justiça e serão submetidos à aprovação da 1ª Vara Federal Criminal de Curitiba, para então a Polícia Federal fazer as transferências.
Segundo o ministro, as vagas em presídios federais chegarão a mil no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Incluiu na conta Catanduvas e as penitenciárias em construção em Campo Grande (MS) e Mossoró (RN) -que somam 624 vagas.
Ainda segundo ele, os presídios servirão para ""tirar gente que não pode ficar lá [nos presídios estaduais], para tirar gente que é chefe de quadrilha, para desmantelar esse tipo de organização criminosa que funcionou em São Paulo."


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