CRISTINA FIBE
DA REVISTA

O baú de enxoval virou peça de decoração e a "camisola do dia" ficou anacrônica (afinal, o tal "dia" caducou), mas a cerimônia de casamento ainda tem peso imbatível para muitas mulheres. Para algumas, vem antes do noivo. Mesmo sem pretendente no horizonte, para elas a graça está em véus, grinaldas, vestidos e bufês. O marido cabe ao destino; a cerimônia é responsabilidade delas.
A turma do buquê se encontra na internet, em sites como o Clube das Noivas, com mais de 500 integrantes. Ou no Orkut, onde surgiu (da cabeça de um homem) a comunidade "Quero casar!". "A maioria quer terminar a faculdade, esperar isso ou aquilo", reclama o fundador, o estudante de enfermagem Rodrigo Muniz, 22, baiano de Jequié. "Elas querem ser independentes, não é normal. Desde quando o mundo é mundo, a mulher depende do homem e o homem depende da mulher."
O perigo, diz a psicóloga Magdalena Ramos, é quando a cerimônia vale mais que o futuro. "Muitas mulheres se agarram ao casamento por falta de um projeto próprio mais interessante, casa com o casamento. Sonham com um dia de rainha e em menos de um ano estão desquitadas." Pode ser, mas sempre sobram as fotos e o vídeo.

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