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Prefeitura diz que se esforça para recuperar "cracolândia"
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário de Coordenação
das Subprefeituras, Andrea
Matarazzo, afirmou ontem haver um "esforço cavalar" da
prefeitura na recuperação da
"cracolândia", na região da Luz
(centro de São Paulo). Ele atribuiu à burocracia a lentidão no
Nova Luz, projeto iniciado em
setembro de 2005.
Na edição de anteontem, a
Folha revelou que a "cracolândia" se expandiu, um ano após
a prefeitura decretar a área de
utilidade pública, para levar
adiante o projeto. O consumo
de drogas agora ocorre também em ruas como a Helvétia e
a Casper Líbero, fora dos limites da antiga "cracolândia". Ao
mesmo tempo, a administração enfrenta dificuldades para
ter posse dos primeiros imóveis que pretende desapropriar
-quer construir no local um
centro administrativo.
"No centro, as intervenções
sempre são lentas. Temos legislação que precisamos cumprir [sobre prédios tombados]", afirmou Matarazzo, também subprefeito da Sé. "É um
rito, não dá para escapar. Mas o
esforço é cavalar. Nunca tantas
pessoas se empenharam num
projeto [da prefeitura]." Ele estima que o processo de desapropriação esteja resolvido até
o final do ano.
"Veja a quantidade de reformas que está ocorrendo na região. Está bom? Claro que não.
Mas é incomparável em relação ao que estava", continua o
secretário, que fala em 50 prédios em reforma para abrigar
empresas. Nenhuma delas foi
beneficiada, porém, com a
isenção de impostos prevista.
O secretário apontou números sobre a ação na "cracolândia": no último ano, diz, a prefeitura fechou 40 hotéis, 24 ferros-velhos, 15 agências rodoviárias, além de armazéns de
produtos piratas. Em 2006, a
polícia fez 2.200 ações na região, ante 1.260 no ano anterior
-40 procurados foram presos,
ante 23 em 2005. Ainda de
acordo com Matarazzo, o consumo de drogas existe, mas não
há traficantes no local.
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