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Dono é "adestrado" para levar cachorro aos restaurantes
Bistrô de Moema dá curso para ensinar bons modos e
etiqueta para animal "sentar à mesa" com o proprietário
Vigilância Sanitária
libera presença de cães;
dono aprende a não dar comida em casa e não
mal acostumar bichos
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE SÃO PAULO
O restaurante é francês,
um dos donos é francês, o nome é francês e, a partir de
agora, o hábito dos clientes
também segue à francesa.
No último domingo, o bistrô Blés D'Or, em Moema,
reuniu um grupo de donos de
cães para "adestrá-los" e dar
dicas de etiqueta para que
seus cachorros também passem a frequentar o lugar.
Cena comum nos bistrôs
de Paris, cada vez mais restaurantes de São Paulo têm
aberto as portas -alguns até
o cardápio- para cachorros
sentarem à mesa.
A cartilha começa em casa: jamais dar comida humana aos animais, mesmo que
façam aquela cara de cachorro pidão, e não permitir que
eles entrem na cozinha.
"O cão que pede comida é
o que cão que recebe comida.
O dono precisa ter bom senso, como não levar cachorro
que late, agressivo, isso deve
ser avaliado", diz Daniel Svevo, veterinário e consultor de
comportamento animal.
A presença dos bichos está
amparada na lei da cidade,
mas nem todos os restaurantes são obrigados a recebê-los. Abre as portas para os
cães quem quiser.
E, ao abrir, tem de seguir
as regras da Vigilância Sanitária: 1) área específica para
clientes com cachorros, coberta e arejada; 2) ponto de
água para limpeza; 3) empregado exclusivo para faxina
que não manipule alimentos.
"Houve uma discussão
muito intensa na prefeitura
sobre a presença de cães nos
restaurantes. Tem gente que
não gosta ou tem medo, não
se pode impor a presença do
animal para quem não quer",
diz a veterinária Evanise Segala, subgerente de alimentos da Vigilância Sanitária.
"Temos de mostrar o certo
e recompensar o certo. Tiro o
cão da mesa e aí o recompenso quando ele estiver com as
quatro patas no chão", ensina o consultor de comportamento animal Denis Martin,
o adestrador dos donos.
FARO
"Ando muito pelo bairro,
mas foi o Brownie, atraído
pelo cheiro dos outros cães,
quem descobriu esse restaurante", diz o engenheiro Alexey Bolfaine. De tanto frequentar o bistrô, ele, a mulher e o golden retriever são
amigos de todos os garçons.
"Isso é muito comum em
Paris. E como meu restaurante é francês, quis trazer o modelo. Moema tem muitos cachorros e os donos são clientes fiéis", diz Humberto Leite, dono do bistrô Blés D'Or.
Na porta, uma placa dá o aviso: aqui seu cão é bem-vindo.
"É importante observar
bem o cachorro para não o
deixar comer objetos estranhos", diz a tratadora Raquel
Hama. No dia do "adestramento" dos donos, um dos
cães comeu um pedaço de rolha e foi parar no veterinário.
Na lista de outros lugares
simpáticos aos cães, o Sassá
Sushi, no Itaim Bibi, adotou
um cachorro abandonado. O
cão não só era alimentado
como também ganhou uma
casinha em frente ao restaurante. Há pouco tempo foi
atropelado e morreu.
O Farfalla, nos Jardins,
aceita animais comportados
no salão e prepara até um
carpaccio de carne para eles.
FOLHA.com
Veja o dia dos cachorros
em restaurante francês
folha.com/mm793475
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