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Ruth Cardoso acha excessiva
polêmica sobre aborto legal
da Sucursal de Brasília
A primeira-dama Ruth Cardoso atribui à imprensa a polêmica criada em torno do projeto que obriga os hospitais públicos a realizar aborto nos casos permitidos pelo Código Penal (estupro e risco de vida da
gestante). Hoje, apenas nove
hospitais em todo o pais têm
serviço de aborto legal.
Segundo a Folha apurou, a
primeira-dama tem se queixado a alguns assessores do noticiário sobre o assunto, que
considera excessivo.
Para ela, a polêmica só serve
para ajudar os que fazem oposição ao projeto, aprovado há
duas semanas pela Comissão
de Constituição e Justiça da Câmara.
Desde a aprovação, a primeira-dama tem se recusado a dar
sua opinião sobre o assunto,
apesar de mostrar que compartilha da opinião do marido.
O presidente Fernando Henrique Cardoso declarou na segunda-feira que vai sancionar
o projeto se ele for aprovado
pelo Congresso.
FHC argumenta que o governo está regulamentando algo
que é previsto na lei há 57 anos.
A autorização legal para
aborto em caso de estupro ou
risco de vida para a mãe está no
Código Penal desde 1940.
Votação em plenário
O deputado federal Salvador
Zimbaldi (PSDB-SP) solicitou
à Mesa da Câmara que coloque
o projeto aprovado pela comissão em votação no plenário.
Seu requerimento foi acompanhado de 96 assinaturas
-44 a mais que o necessário.
Esse pedido vai ser votado
pelo plenário. Para ser aprovado, precisa dos votos da maioria simples (metade mais um
dos presentes).
Paparazzi
A primeira-dama também
estava disposta a não se manifestar sobre o acidente que matou a princesa Diana, mas anteontem deu uma entrevista ao
"Globo Repórter".
Ruth não culpa os paparazzi
(fotógrafos que estavam seguindo o carro em que estava a
princesa na hora do acidente,
em Paris) -"isso ainda está
sendo investigado", esquivou-se-, mas disse temer que
um certo "limite ético" tenha
se rompido.
Ela lembra que, quando quebrou o braço, em Ibiúna (São
Paulo), foi perseguida por fotógrafos a caminho do hospital, que queriam captar uma
expressão de dor.
Para Ruth, a informação
principal, que era o fato de ela
ter quebrado o braço, todos já
tinham -o que tornava desnecessária a perseguição.
"É uma situação de tensão
muito grande, que sempre provoca algum risco", disse.
Ruth Cardoso esteve ontem
na Enap (Escola Nacional de
Administração Pública), onde
participou da formatura da terceira turma da escola. Ela foi
convidada para ser paraninfa
dos 96 formandos.
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