São Paulo, sexta, 5 de setembro de 1997.



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Ruth Cardoso acha excessiva polêmica sobre aborto legal

da Sucursal de Brasília

A primeira-dama Ruth Cardoso atribui à imprensa a polêmica criada em torno do projeto que obriga os hospitais públicos a realizar aborto nos casos permitidos pelo Código Penal (estupro e risco de vida da gestante). Hoje, apenas nove hospitais em todo o pais têm serviço de aborto legal.
Segundo a Folha apurou, a primeira-dama tem se queixado a alguns assessores do noticiário sobre o assunto, que considera excessivo.
Para ela, a polêmica só serve para ajudar os que fazem oposição ao projeto, aprovado há duas semanas pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Desde a aprovação, a primeira-dama tem se recusado a dar sua opinião sobre o assunto, apesar de mostrar que compartilha da opinião do marido.
O presidente Fernando Henrique Cardoso declarou na segunda-feira que vai sancionar o projeto se ele for aprovado pelo Congresso.
FHC argumenta que o governo está regulamentando algo que é previsto na lei há 57 anos.
A autorização legal para aborto em caso de estupro ou risco de vida para a mãe está no Código Penal desde 1940.

Votação em plenário
O deputado federal Salvador Zimbaldi (PSDB-SP) solicitou à Mesa da Câmara que coloque o projeto aprovado pela comissão em votação no plenário.
Seu requerimento foi acompanhado de 96 assinaturas -44 a mais que o necessário.
Esse pedido vai ser votado pelo plenário. Para ser aprovado, precisa dos votos da maioria simples (metade mais um dos presentes).
Paparazzi
A primeira-dama também estava disposta a não se manifestar sobre o acidente que matou a princesa Diana, mas anteontem deu uma entrevista ao "Globo Repórter".
Ruth não culpa os paparazzi (fotógrafos que estavam seguindo o carro em que estava a princesa na hora do acidente, em Paris) -"isso ainda está sendo investigado", esquivou-se-, mas disse temer que um certo "limite ético" tenha se rompido.
Ela lembra que, quando quebrou o braço, em Ibiúna (São Paulo), foi perseguida por fotógrafos a caminho do hospital, que queriam captar uma expressão de dor.
Para Ruth, a informação principal, que era o fato de ela ter quebrado o braço, todos já tinham -o que tornava desnecessária a perseguição.
"É uma situação de tensão muito grande, que sempre provoca algum risco", disse.
Ruth Cardoso esteve ontem na Enap (Escola Nacional de Administração Pública), onde participou da formatura da terceira turma da escola. Ela foi convidada para ser paraninfa dos 96 formandos.



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