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RADARES
Prefeitura irá contestar decisão de proibir a remuneração de empresas com base na porcentagem de multas aplicadas
Marta vai à Justiça para manter contratos
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo vai
contestar na Justiça a constitucionalidade da decisão do Contran
(Conselho Nacional de Trânsito)
de proibir a remuneração das empresas de radares eletrônicos com
base na "produção" -porcentagem em relação às multas pagas.
O diretor do DSV (Departamento de Operações do Sistema
Viário), Daniel Candido, disse ontem que a obrigação da administração municipal é atender às determinações do Contran apenas
sobre as regras de trânsito, e não
sobre as formas de contratação.
"Vamos cumprir tudo aquilo
que se referir ao trânsito. Mas a
nossa maneira de contratação é
legal, ética, é regida pela lei de licitações. O Contran não pode legislar sobre contratos", afirmou.
Hoje, a prefeitura paga R$ 19,66,
R$ 26,26 e R$ 40,35 às operadoras
dos radares fixos, móveis e lombadas eletrônicas, respectivamente, para cada multa por excesso de
velocidade registrada pelos aparelhos e paga pelos motoristas.
Essa maneira de contratação é
adotada desde 1997. Ela é preferida pela maioria dos municípios,
porque é uma forma de eles não
bancarem as despesas iniciais do
sistema e repassarem para as empresas os riscos do investimento.
Na avaliação do Contran, porém, esses contratos incentivam a
"indústria da multa" -já que as
empresas têm interesse em multar mais para ter mais lucros.
A decisão do órgão foi tomada
anteontem e será publicada no
"Diário Oficial" na próxima semana. Ela proíbe que os novos
contratos sejam assinados com
base na "produção" e determina
que os atuais terão 30 dias para
atender às novas regras.
Candido disse que quer manter
a atual forma de contrato até na
nova licitação dos radares móveis
que será feita neste ano. Para os fixos e lombadas eletrônicas, os
contratos foram assinados há três
meses e valem por três anos.
O Contran orienta que, 30 dias
após a resolução, os motoristas
que forem multados por equipamentos de contratos em desacordo com as novas regras devem entrar com recurso nas juntas administrativas para pedir a anulação.
O diretor do DSV disse que vai
atender às demais exigências da
resolução do Contran, incluindo a
que prevê a presença de um fiscal
de trânsito ao lado de cada radar
móvel. Hoje, São Paulo tem 20
aparelhos desse tipo -considerando os turnos de trabalho, a
CET (Companhia de Engenharia
de Tráfego) terá que deslocar 80
marronzinhos para essa função.
Nos próximos meses, quando a
quantidade de radares móveis subirá para 40, serão necessários 160
marronzinhos -mais de 10% do
efetivo de rua da CET.
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