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SEGURANÇA
Terceiro trimestre deste ano registrou 67 ocorrências do crime no Estado, 14% menos do que o mesmo período de 2001
Número de sequestros cai em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez neste ano, o
número de sequestros em São
Paulo por trimestre é menor desde o mesmo período de 2001,
quando ocorreu a explosão de
ocorrências desse tipo de crime.
Segundo o diretor do Deic (Departamento de Investigação sobre
o Crime Organizado), Godofredo
Bittencourt, o terceiro trimestre
deste ano -julho, agosto e setembro- registrou 67 sequestros
no Estado, 14% menos do que o
mesmo período do ano passado.
Esse número também é 25%
menor que o registrado no segundo trimestre deste ano -abril,
maio e junho-, com 89 casos.
No somatório do ano -de janeiro a setembro-, no entanto,
as estatísticas de 2002 somam 266
sequestros, 48% a mais que no
mesmo período de 2001.
Segundo Bittencourt, o número
de casos diminuiu por causa da
repressão policial. "Foram cerca
de 350 prisões, muitas quadrilhas
foram desbaratadas", disse o diretor do Deic.
Bittencourt admite, no entanto,
que as quadrilhas devem migrar
para outros crimes, mas isso ainda não pôde ser verificado.
Migração
Para Guaracy Mingardi, pesquisador do Ilanud (Instituto Latino
Americano das Nações Unidas
para a Prevenção do Delito e o
Tratamento do Delinquente) na
área de crime organizado e secretário de Segurança em Guarulhos
(Grande São Paulo), a diminuição
dos sequestros não é explicada
apenas pelo suposto sucesso da
repressão policial.
"Quando um crime fica em evidência e chama a atenção da mídia, o governo destina mais recursos para esse delito e descobre outras áreas da segurança. Os criminosos, que visam o lucro com menor risco, migram para essas
áreas e continuam atuando", disse Mingardi.
O pesquisador acredita que a repressão atingiu principalmente as
quadrilhas desorganizadas, que
aderiram à onda de sequestros no
ano passado. "As quadrilhas organizadas continuam atuando.
Foram os grupos mais desorganizados que foram presos ou resolveram migrar para áreas mais
descobertas pela polícia."
Mingardi afirmou que ainda é
muito cedo para definir a migração dessas quadrilhas para outros
crimes. A estatística oficial da Secretaria de Estado da Segurança
Pública do terceiro trimestre deste ano só deve ser divulgada no final deste mês.
"O roubo de caixas eletrônicos
de banco aumentou muito, por
exemplo", disse Mingardi.
A explosão de sequestros ocorreu no terceiro trimestre de 2001,
com 78 casos, e chegou ao recorde
no quarto trimestre do mesmo
ano, com 127 registros. A avaliação da polícia e de especialistas
era que a banalização do sequestro ocorreu quando quadrilhas
desorganizadas e sem infra-estrutura começaram a investir nesse
tipo de crime. (GILMAR PENTEADO)
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