São Paulo, quarta-feira, 05 de novembro de 2008

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outro lado

SP fará 8 prisões femininas, diz secretaria

Segundo secretário-adjunto, número de mulheres em prisões do Estado passou de 25% em janeiro de 2007 para 39% hoje

DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário-adjunto da Secretaria da Segurança Pública da gestão José Serra (PSDB) e responsável pelas carceragens mantidas pela pasta, Guilherme Bueno de Camargo, disse ontem que cadeias públicas masculinas estão sendo transformadas em femininas para desafogar a superpopulação de presas em outras unidades.
"Não há como contestar que há, de fato, superlotação em algumas unidades [carcerárias]. Mas a secretaria tem feito um esforço para contornar os problemas. Transformamos carceragens masculinas em femininas. Fizemos ajustes e reformas. [As cadeias de] Monte Mor e Santa Bárbara d'Oeste passaram a ser femininas.Faremos mais uma dessas na Grande São Paulo", disse Camargo.
Além disso, conta o secretário-adjunto, o governo de São Paulo tem um projeto para a construção de oito unidades prisionais femininas para desafogar a superpopulação de presas em cadeias públicas. Segundo ele, esses presídios femininos ficarão sob a responsabilidade da Secretaria da Administração Penitenciária.

Aumento de presas
"Cada unidade prisional terá 768 vagas. Dois projetos já estão em licitação. Seis já estão com decreto de utilidade pública para a desapropriação do terreno", informou.
Segundo ele, hoje a Segurança Pública é responsável por 10.075 presos. Desse total, 3.931 são mulheres. "A população carcerária feminina tem aumentado substancialmente. Em janeiro de 2007, as mulheres presas no sistema representavam 25% do total", disse.
Hoje, o total de mulheres presas em cadeias públicas ou delegacias, segundo os dados apresentados ontem por Camargo, é de 39%. Para ele, o aumento se deve ao fato de que atualmente muitas mulheres estão se envolvendo com o tráfico de drogas.

Lista
De acordo com Camargo, "a Secretária da Segurança Pública mantém hoje 68 unidades prisionais destinadas às mulheres, sendo 58 delas com superlotação e dez operando abaixo de sua capacidade".
A Folha ontem solicitou ao secretário-adjunto a lista completa com as 68 unidades prisionais para mulheres, o número de vagas e o número de presas em cada uma delas. Camargo não atendeu ao pedido.
"A divulgação dos dados de cada unidade tem problema. Já houve tentativas de fuga e resgates. Acaba estimulando", diz.
De acordo com Camargo, a carceragem de Guararema, na Grande São Paulo -onde os dados obtidos pela reportagem apontam a presença de homens e mulheres-, não existe mais, uma vez que a cadeia pública local não abriga presos atualmente.
(KT e AC)



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