São Paulo, quinta-feira, 05 de novembro de 2009

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Rio treinará aluno para agir durante tiroteio

A partir do ano que vem, medida vai envolver 100 mil estudantes e 4.000 professores de 150 escolas em áreas de risco

Treinamento faz parte do programa Escolas do Amanhã da prefeitura; a repercussão do projeto foi negativa entre educadores

CAIO BARRETTO BRISO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

A partir do ano que vem, cerca de 100 mil alunos e 4.000 professores de 150 escolas em áreas de risco do Rio receberão treinamento sobre como se comportar em situações de emergência, como tiroteios.
Segundo a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, a medida é uma forma de manter calmos alunos e professores em episódios como o da escola municipal Maria Cerqueira (zona norte), invadida em outubro por traficantes e um policial que os perseguia.
O treinamento faz parte do programa Escolas do Amanhã -um projeto da prefeitura que tem o apoio da Unesco.
A repercussão do projeto foi negativa entre os educadores. "Os professores e alunos já sabem como agir. Isso é jogada de marketing", diz Regina de Assis, ex-secretária municipal de Educação (1993 a 1996).
Para Marcos, professor da rede municipal que não quis revelar seu sobrenome e escola, deveria haver um trabalho permanente entre as secretarias Municipal de Educação e a Estadual de Segurança Pública.
"É uma medida isolada e absurda. A preocupação deveria ser com aumento da segurança."
Procurada, a Secretaria de Segurança disse que o secretário José Mariano Beltrame se dispôs a ajudar no treinamento.
A assessoria da secretária Cláudia Costin afirmou que o projeto pretende preparar professores, funcionários e alunos não apenas para situações de violência, mas também para incêndios e "situações de pânico", e que o plano deve ser estendido às 1.064 escolas municipais.
Para a professora Marta Vidal, do Colégio Estadual Jorge Zarur, na zona oeste, a ideia mostra desconhecimento da realidade. "Os alunos têm mais calma em situações de perigo. Eles moram nessas comunidades e, infelizmente, estão acostumados à violência. Os professores, não."


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