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Rio treinará aluno para agir durante tiroteio
A partir do ano que vem, medida vai envolver 100 mil estudantes e 4.000 professores de 150 escolas em áreas de risco
Treinamento faz parte do programa Escolas do Amanhã da prefeitura; a repercussão do projeto foi negativa entre educadores
CAIO BARRETTO BRISO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
A partir do ano que vem, cerca de 100 mil alunos e 4.000
professores de 150 escolas em
áreas de risco do Rio receberão
treinamento sobre como se
comportar em situações de
emergência, como tiroteios.
Segundo a secretária municipal de Educação, Cláudia Costin, a medida é uma forma de
manter calmos alunos e professores em episódios como o da
escola municipal Maria Cerqueira (zona norte), invadida
em outubro por traficantes e
um policial que os perseguia.
O treinamento faz parte do
programa Escolas do Amanhã
-um projeto da prefeitura que
tem o apoio da Unesco.
A repercussão do projeto foi
negativa entre os educadores.
"Os professores e alunos já sabem como agir. Isso é jogada de
marketing", diz Regina de Assis, ex-secretária municipal de
Educação (1993 a 1996).
Para Marcos, professor da rede municipal que não quis revelar seu sobrenome e escola,
deveria haver um trabalho permanente entre as secretarias
Municipal de Educação e a Estadual de Segurança Pública.
"É uma medida isolada e absurda. A preocupação deveria
ser com aumento da segurança."
Procurada, a Secretaria de Segurança disse que o secretário
José Mariano Beltrame se dispôs a ajudar no treinamento.
A assessoria da secretária
Cláudia Costin afirmou que o
projeto pretende preparar professores, funcionários e alunos
não apenas para situações de
violência, mas também para incêndios e "situações de pânico",
e que o plano deve ser estendido
às 1.064 escolas municipais.
Para a professora Marta Vidal,
do Colégio Estadual Jorge Zarur, na zona oeste, a ideia mostra
desconhecimento da realidade.
"Os alunos têm mais calma em
situações de perigo. Eles moram
nessas comunidades e, infelizmente, estão acostumados à violência. Os professores, não."
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