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CRIME ORGANIZADO
Distrito policial na zona norte é o terceiro com integrantes supostamente envolvidos em esquema de extorsão
Denúncia envolve mais um DP e 4 policiais
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A investigação do Ministério
Público Estadual sobre o envolvimento de policiais paulistas com
o crime organizado, iniciada a
partir da prisão do contrabandista de cigarros Roberto Eleutério
da Silva, o Lobão, chegou ao terceiro distrito policial usado supostamente como base para negócios ilícitos. Ontem, quatro policiais que trabalhavam no 40º DP
(Vila Santa Maria), zona norte de
São Paulo, tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça.
Em setembro, o Gaeco (Grupo
de Atuação Especial de Repressão
ao Crime Organizado) denunciou
dez policiais civis, que tiveram a
prisão preventiva decretada. Eles
estariam envolvidos em uma suposta rede de crimes como concussão (extorsão praticada por
funcionário público), peculato
(furto), tráfico de drogas e adulteração de chassi.
O crimes seriam executados a
partir do 10º DP (Penha) e do 33º
DP (Pirituba) e foram descobertos nas escutas telefônicas feitas
pelo Procuradoria da República
para monitorar Lobão.
Ontem, os promotores denunciaram mais quatro policiais civis,
desta vez do 40º DP. O agente Genésio Valente, os investigadores
Flávio Rodrigues e Luiz Alberto
Marques de Sá -hoje no 78º
DP- e o escrivão José Augusto
Sant'Anna são acusados de concussão e formação de quadrilha.
A juíza-corregedora do Dipo
(Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária), Ivana
David Boriero, decretou prisão
temporária por cinco dias. Segundo depoimento de testemunhas e
documentos de empresas supostamente extorquidas, os policiais
cobravam valores para liberar
cargas apreendidas e depois exigiam quantias mensais.
A denúncia descreve, por exemplo, um episódio no qual os policiais teriam apreendido um caminhão de uma empresa transportadora de combustíveis, em agosto, sob a alegação de que o combustível seria adulterado.
Primeira proposta dos policiais
para liberar o veículo, segundo o
Gaeco: R$ 100 mil. Na negociação,
o valor baixou para R$ 23 mil, que
já teria sido pago em três parcelas
-R$ 8.000, R$ 7.500 e R$ 7.500.
Os policiais também exigiam o
pagamento de R$ 2.000 por mês.
Os valores estavam descritos no
caixa da empresa e foram confirmados por funcionários.
A Secretaria da Segurança Pública informou na noite de ontem
que os policiais já tinham sido levados para o presídio da Polícia
Civil. A reportagem não conseguiu localizar seus advogados.
Também ontem, advogados
dos delegados Luiz Carlos Ferreti
e Nelson de Camargo Rosa, que
eram do 33º DP, conseguiram revogar a prisão preventiva decretada em setembro. Eles vão responder ao processo em liberdade.
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