MARCELLO GAZZANEO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

MICHEL ALECRIM
DA SUCURSAL DO RIO

Depois de mais de 55 horas, os presos do presídio de Bangu 3 (zona norte do Rio) continuaram ontem rebelados e mantendo pelo menos 35 pessoas reféns, no mais longo motim da história do Estado. Pela manhã, a situação no complexo penitenciário se complicou com um tiroteio por causa de uma tentativa de fuga em Bangu 4, deixando um detento ferido.
Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que três reféns foram liberados no início da noite de ontem. Não há número exato de pessoas retidas no presídio, como disse, de manhã, o secretário Astério Pereira em entrevista à rádio CBN. O secretário estadual de Direitos Humanos, coronel Jorge da Silva, disse ontem à noite que havia 47.
À tarde, Pereira se reuniu com parentes de reféns, que criticavam a falta de comunicação com eles.
Informações obtidas pela polícia por meio de grampos telefônicos dão conta de que os amotinados de Bangu 3 estariam retardando as negociações para conseguir concluir as escavações de um túnel para fuga. A segurança em torno do presídio foi reforçada.
Pela manhã, as autoridades previam que a rebelião acabaria ainda ontem. No fim da tarde, a Secretaria de Administração Penitenciária informou que os presos tinham se comprometido a liberar todos os reféns das 7h às 9h de hoje. Os amotinados temiam se render à noite, já que a energia do presídio foi cortada.
Já familiares de presos temiam que agentes penitenciários vingassem a morte do colega Luiz Cláudio Bomfim, 33, na terça.


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