São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Falha no Detran afeta 12 mil motoristas

Órgão atribuiu a problema técnico suspensão de emissão de certificado de propriedade

Falha começou na segunda e foi solucionada ontem, segundo o órgão, que conseguiu imprimir nesse período 15% do previsto

ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 12 mil proprietários de veículos da cidade de São Paulo foram prejudicados pela suspensão parcial da emissão dos CRVs (Certificado de Propriedade do Veículo) no Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de São Paulo. O motorista é proibido de circular sem esse documento -pode ter, inclusive, o carro apreendido pela polícia.
O órgão atribuiu o problema a uma pane técnica, que teve início na segunda-feira e atingiu tanto a emissão de documentos para os veículos novos quantos para os usados.
O Detran diz que a pane foi solucionada no final da manhã de ontem e que, até final da noite, a impressão dos CRVs poderia já estar em dia.
Concessionárias e despachantes ouvidos pela reportagem disseram, porém, terem sido informados pelo Detran que, se a questão fosse solucionada ontem, os funcionários do departamento trabalhariam neste fim de semana para pôr fim às impressões pendentes.
De acordo com o Detran, a pane foi provocada por questões técnicas na Prodesp (órgão de processamento de dados do Estado) e, por isso, o órgão conseguiu imprimir nesse período apenas cerca 15% da documentação solicitada. Dos cerca de 7.000 CRVs entregues diariamente, o Detran conseguiu emitir apenas 1.000. O órgão chegou a informar que havia 20 mil impressões pendentes.
A pane ocorre na mesma semana em que o Ministério Público abriu investigação para apurar um suposto esquema de desvio de verbas no departamento, por meio de superfaturamento de serviços.
A fraude ocorreria na medição de serviços contratados pelo departamento -estima-se que em até de 200%, em especial nos emplacamentos.
A investigação do suposto esquema foi divulgada na segunda-feira pelo jornal "O Estado de S. Paulo", que usa uma estimativa da fraude em cerca de R$ 40 milhões.
A apuração teve início em julho após denúncia feita por um ex-diretor do órgão de trânsito, vinculado à Secretaria Estadual da Segurança Pública.
O Detran afirma não ver ligação entre a pane e a investigação da Promotoria.
De acordo com a Prodesp, o sistema que apresentou problemas foi implantado em setembro para atender ao "modelo de funcionamento descentralizado do Detran".
O defeito ocorreu, ainda de acordo com ela, na transmissão de dados entre o computador "de grande porte" e as impressoras do Detran. A empresa diz que o sistema começou a apresentar "intermitência" no seu funcionamento na segunda-feira, "levando a uma redução no volume de documentos emitidos diariamente".


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