da Reportagem Local

O administrador regional de Pinheiros, Oswaldo Kawanami, deixou ontem o cargo, dois dias depois de o chefe da equipe de fiscalização do órgão, Marco Antonio Zeppini, 50, ter sido preso em flagrante, acusado de concussão (exigir vantagem ou bem para deixar de cumprir função pública).
O advogado Cyrius Lotti, 63, vai assumir a regional.
Na quarta-feira, Zeppini foi flagrado recebendo três cheques no valor de R$ 30 mil da comerciante Soraia Patricia da Silva, 24, que assim ficaria "livre" de multas no total de R$ 55 mil para regularizar o imóvel onde fica sua academia de ginástica. Também foram apreendidos com Zeppini cheques no valor total de R$ 50 mil e R$ 17.690 em dinheiro. Outros R$ 27 mil, em dinheiro, foram achados no porta-malas de seu carro.
Ontem, a Folha voltou a procurar o advogado de Zeppini, Rubens Criscuolo, mas ele não respondeu às ligações.
Kawanami alegou que a sua presença na administração regional poderia ser interpretada como uma tentativa de dificultar as investigações.
Antes do flagrante do fiscal, o administrador ia ser transferido para a Secretaria de Serviços e Obras, a pedido do secretário Alfredo Mário Savelli. Com o caso, a sua transferência foi suspensa até o término das investigações.
Procurado pela reportagem, Kawanami não respondeu às ligações.
Ontem, a Justiça decretou a quebra do sigilo bancário e fiscal de Zeppini. O pedido foi encaminhado anteontem pelo promotor Gilberto Marcos Garcia, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).
"Na próxima semana, vamos começar a convocar todas as pessoas que tiveram cheques apreendidos com o chefe da fiscalização", afirmou Garcia, que acredita no envolvimento de outros fiscais da regional.
(ROGÉRIO GENTILE E ARIEL KOSTMAN)



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