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Veículo doado estimulou criação de grupo
da Agência Folha, em Maceió
O Grupo Viva Rachid foi criado
por Alaíde Elias da Silva após a
doação de uma Kombi pela empresária Luma de Oliveira, em 95.
A organização não-governamental leva o nome do filho de
Alaíde, Walter Rachid Elias Constâncio, morto em 93, aos 8 anos,
em consequência da Aids, doença
que contraiu com 1 ano de idade
por meio de transfusão de sangue
realizada em Recife.
Alaíde, ex-auxiliar de odontologia, só soube da contaminação três
anos depois, quando as infecções
oportunistas começaram a se manifestar. "Ele ficava doente, sarava e depois adoecia de novo."
Para poder cuidar do garoto,
Alaíde -que tem mais dois filhos- deixou o emprego e a família e passou a depender apenas do
salário de seu ex-marido.
Sem recursos sequer para o tratamento de Rachid, Alaíde recorreu à Justiça e fez campanhas públicas para obter auxílio. Conseguiu sensibilizar a opinião pública
e passou a ajudar outras famílias
em situação semelhante.
"Foram dois anos de trabalho
pessoal voluntário, participando
de reuniões, confortando pais e
mobilizando comunidades para
ajudar as crianças portadoras do
HIV", lembra.
Em 95, Luma de Oliveira, que
havia conhecido Rachid um mês
antes dele morrer, doou uma
Kombi para ajudar a mãe do garoto. "Com o carro, decidi criar o
Viva Rachid para atender melhor
as crianças", disse Alaíde.
Em três anos, a ONG atendeu
aproximadamente 150 crianças e
adolescentes de zero a 14 anos,
portadores do vírus HIV. Hoje, a
entidade atende 97 pessoas.
O Viva Rachid mantém oito funcionários, que recebem ajuda de
custo entre R$ 150 e R$ 600 por
mês, paga pelo Ministério da Saúde e Unicef -principais financiadores da organização.
A entidade, que recebeu mais um
veículo, entregue pelo ministério,
trabalha agora na reforma de uma
casa doada pela Shell para implantar no local um centro de apoio
psicológico e social. "É um caminho sem volta", disse Alaíde.
"Nossa luta contra o preconceito e para garantir o direito de cidadania da criança portadora do HIV
só vai acabar no dia em que descobrirem a cura da Aids", afirmou.
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